Porta larga
O ato de viver num planeta da categoria
da Terra é um pouco complicado.
As pessoas que já atingiram certo grau
de bondade e sensibilidade, e já
conseguiram entender um pouco a mensagem
do Mestre, muitas vezes se sentem
angustiadas com o proceder de certas
pessoas à sua volta.
O desejo de praticar o mal ainda
persiste no ser humano, pois que não
atingimos a plenitude do amor. O exemplo
é que um homem tem um grande amor por
sua mãe sendo incapaz de praticar um mal
a ela, mas é capaz de estuprar a mãe de
qualquer outro semelhante sem a mínima
condescendência. Almejamos a pena de
morte, mas, quando se trata de nosso
filho o autor, somos contra.
De fato, viver num planeta da categoria
da Terra é delicado, principalmente
porque aqui estão misturados espíritos
com bastante esclarecimento e outros que
são ainda muito endurecidos.
Quando chegamos ao mundo, somos
espíritos que trazemos bagagem de vidas
passadas e aos poucos vamos amadurecendo
no corpo carnal que habitamos e
despertamos para a realidade da vida.
Muitos objetivos trazemos para cumprir,
mas em razão do esquecimento, que pela
complacência de Deus nos é concedida,
acabamos usando nosso livre-arbítrio
para práticas não convenientes e até
descambamos para o mal.
Nós não temos, porém, justificativa para
utilizar nossa liberdade para o mal,
pois embora não nos lembremos do que
fomos em vidas passadas e o motivo pelo
qual nascemos no meio que estamos,
trazemos em nossa consciência a Lei
Divina gravada! Esta que é perfeita!
Acontece que falta procurarmos ouvir a
voz que vem de dentro de nós, de nosso
íntimo, e que é capaz de lembrar-nos o
que é certo ou errado antes de tomarmos
decisões, e quando não ouvimos essa
intuição acabamos enveredando pela
“porta larga”, aquela porta
exemplificada pelo Mestre!
É mais simples praticar atitudes
errôneas, deslizes, falcatruas,
imoralidades, já que evitar requer de
nós esforço, perseverança, e isso não
interessa à maioria das pessoas do
planeta, que preferem então a “porta
larga”!
Enquanto existirem no mundo pessoas
comprazendo-se no mal, a Terra não
mudará de categoria em sua plenitude,
persistindo nela as tragédias, os
crimes, as catástrofes, sempre com o
objetivo de apressar o progresso.