Panorama do umbral
A ganir e gritar, a turba rusga e rola…
Trasgos em trismo atroz, no brejo imenso e imundo,
Arrastam-se revéis, rebolcam-se no fundo…
Duendes e danações em gigântea gaiola.
Ontem, homens ao sol, verbo egrégio e infecundo,
O crime disfarçado em máscaras de escola;
Hoje, feras no charco, a malta desconsola…
Espíritos da sombra, a sucata do mundo!
No chão, perante o céu iridescente e pando,
Aprofunda-se o caos, ao sinistro comando
De sinistras legiões, desde sendas longevas!…
Descerra a morte o abismo à alma culposa e tarda!…
Ai de quem foge à luz e desce à retaguarda,
De coração rendido à hipnose das trevas!
Do livro Poetas redivivos, obra
psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.