Um amigo de Chico Xavier denunciou a presença constante
na fila de uma mulher rica, conhecida na cidade. Todo
fim de ano, ela fazia questão de levar sacolas para
casa. Era um roubo. Havia gente passando fome em todo
canto e ela tirava comida da boca de quem precisava.
Chico escapou da polêmica mais uma vez: “Que humildade a
desta senhora! Enfrenta uma fila com sol ou chuva e,
pacientemente, aguarda sua vez para pegar mantimentos”.
As distribuições anuais às vezes terminavam em briga e sempre
provocavam confusão. Pobres de cidades vizinhas chegavam a
Uberaba e ficavam por ali mesmo. Afinal de contas, os centros
espíritas também distribuíam sopa todo dia ou toda semana e
ainda providenciavam atendimento médico e dentário gratuitos.
Chico nem respondia a quem o acusava de atrair miseráveis à
cidade. Fazia caridade a qualquer preço.
Do livro As vidas de Chico Xavier, de Marcel Souto Maior.
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