Lembremos
sempre: cada um está num
degrau evolutivo
Um livrinho maravilhoso
repleto de sábios
capítulos e abordagem
extremamente objetiva,
em cuja fonte faço
questão de sempre
dessedentar o meu
Espírito, é Os
Minutos de Sabedoria, de
autoria de Carlos Torres
Pastorino. De fato,
desde a minha juventude
faço cuidadosas e
constantes leituras do
seu conteúdo inspirador.
No culto semanal do
Evangelho no Lar ou até
mesmo naqueles momentos
mais críticos da minha
vida, lá vou eu recorrer
às suas páginas
abençoadas em busca de
orientação. Para a minha
felicidade sempre
encontro algo alentador
para dizer o mínimo.
Vale ressaltar também
que há nele uma mensagem
muito interessante –
todas são, na verdade –
especificamente voltada
à explicação do valor
dos livros propriamente
dito.
Pastorino, com muito
acerto e inspiração,
nela destaca que o
melhor amigo do homem é
o livro. E justifica o
seu raciocínio
magistralmente lembrando
que “O livro é um amigo
discreto que não se
impõe a ninguém, e só
fala conosco quando
temos vontade de
conversar com ele”.
Contrariamente ao
cachorro, que sempre
espera algo de nós em
retribuição, o livro nos
atende sem nada nos
cobrar ou exigir. Ou
seja, ele está ali
sempre ao nosso alcance
“disposto” a nos
instruir, ajudar ou até
mesmo dissipar as nossas
inquietações por meio de
argumentos edificantes e
benfazejos, mas sem nada
nos pedir ou insinuar em
troca.
O livro e, por extensão,
a leitura nos
proporcionam
incomensuráveis
benefícios. A começar
por nos introduzir novas
ideias, pensamentos,
teorias, fatos,
acontecimentos,
cenários, que, no geral,
nos ajudam a melhor
entender a coisas e a
vida, enfim. Estou
lembrando disso porque
recentemente uma jovem
com quem tenho contato,
ao ser inquirida por mim
se apreciava a leitura,
respondeu-me sem
qualquer laivo de
hesitação: - “Não
gosto de ler”.
Meio estupefato fiz-lhe
algumas rápidas
perguntas buscando
melhor entendê-la. Devo
esclarecer que ela é
caixa de um grande
supermercado. Os seus
estudos não avançaram
além do nível técnico e
nem tampouco vislumbrei,
em nossa rápida
conversa, interesse de
sua parte em atingir
outro patamar em sua
formação escolar. Fiquei
com a nítida impressão
que se trata de um ser
humano sem grandes
ambições – o que não
constitui defeito ou
falha passível de
crítica – no que
concerne à sua ampliação
de aprendizado e
desenvolvimento pessoal.
Cogitei em até lhe
enviar algum texto pelo
celular, mas a sua
resposta fora de tal
forma marcante, que não
me senti estimulado a
tomar qualquer
iniciativa nesse
sentido. Na verdade,
pude no máximo lhe
dizer, em poucas
palavras, que a leitura
é essencial para
entender o que está
acontecendo no mundo,
refletir sobre o teor
das críticas, argumentos
e análises, enfim, e
filtrar o que é
verossímil do que não é.
Afinal de contas,
acrescentei, nem tudo o
que ouvimos ou lemos é
expressão absoluta da
verdade. Infelizmente,
não pude passar desse
ponto, já que outras
pessoas aguardavam para
serem atendidas.
Confesso que não foi a
primeira vez que ouvi
isso de uma pessoa na
minha vida. Para ser
sincero, cheguei até
mesmo a conhecer –
pasmem! - certos
espíritas que davam
demonstrações
inequívocas de deplorar
a leitura. De fato, há
pessoas que se informam
exclusivamente por meio
de programas de
televisão, rádio ou
mídias sociais. Não
aceitam a possibilidade
de ler conteúdos mais
analíticos ou os
robustamente compilados
por um livro, jornal ou
revista, assim como de
desenvolver um
raciocínio mais
alicerçado.
Lembro-me, a propósito,
de um amigo dos tempos
de faculdade que só lia
livros fininhos. Para
ele ler algo mais
volumoso era
inaceitável... Mas
voltando à referida
moça, fiquei a lamentar
o fato de que existem
pessoas que abdicam da
benfazeja oportunidade
de aprender ou de se
iniciarem em outros
assuntos. Devido à
misericórdia divina
nascem e vivem com
órgãos visuais
perfeitos, mas não
exploram essa dádiva a
contento. Não exploram o
sagrado e rico universo
da leitura.
O Espiritismo, por
exemplo, é uma doutrina
que incentiva o cultivo
à leitura como um
autêntico imperativo, de
modo a melhor
entendermos os fenômenos
espirituais, a vida como
uma abençoada escola, o
que Deus espera de nós e
assim por diante. A
leitura do seu
excepcional material
permite compreender o
que estamos fazendo aqui
e porquê passamos por
situações e experiências
provacionais ou
expiatórias. Além disso,
por meio do seu estudo
passamos a entender o
significado de viver,
assim como o melhor
caminho a seguir. Não
por acaso, Allan Kardec,
considerado o
codificador do
espiritismo, com muita
contundência nos
estimulou ao exercício
da autoinstrução, pois,
sabia ele ser esse a
melhor alternativa para
desfrutarmos de uma
existência realmente
proveitosa do ponto de
vista espiritual.
Concluindo, a jovem à
qual me referi está,
infelizmente,
menosprezando a
possibilidade de
descortinar outros
horizontes e de evoluir
com mais celeridade. Mas
certamente um dia ela
perceberá essa
necessidade.
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