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por Ricardo Baesso de Oliveira

 

Cuidar das nascentes do coração


Grande parte das criaturas humanas são infelizes em suas relações afetivas. Algumas nunca encontram um parceiro adequado, e outras só vão encontrá-lo após várias tentativas frustradas. Por que isso acontece? Por que há tantos desencontros no amor?

Do ponto de vista da Doutrina espírita, podemos admitir três situações diferentes relacionadas às frustrações afetivas.

Em uma primeira situação, vamos encontrar milhares de Espíritos vivendo uma existência sem a presença de um parceiro querido por escolha própria. São almas que, antes da atual encarnação, programaram para si mesmos uma existência assim, com objetivos específicos. Chico Xavier e Madre Tereza de Calcutá são dois exemplos dessa primeira situação.

Em uma segunda situação, vamos encontrar pessoas infelizes no amor em decorrência de erros graves, cometidos em encarnações passadas. São almas que feriram corações sinceros, traíram parceiros que acreditaram neles, ou destruíram lares respeitáveis. Retornam em um novo corpo e em um novo contexto existencial, vivendo o clima da desilusão afetiva, para cuidarem melhor das nascentes do coração, aprendendo a lidar com os próprios sentimentos.

Uma senhora me contou seu drama. Casada há muitos anos, nunca conseguiu o prazer na relação sexual. Seu marido nunca soube. Ela fingia. E ela me disse que terminava a relação, virava-se para o lado e se punha a chorar baixinho, de frustração. São abusos de ontem gerando hoje impostos de carência.

E, finalmente, em uma terceira situação, aqueles que são infelizes na vida afetiva por responsabilidade pessoal, por terem assumido um tipo de comportamento que afasta deles pessoas que poderiam constituir uma parceria gratificante.

Um rapaz me disse uma vez:

- A grande frustração da minha vida é não encontrar um relacionamento profundo. Todas as moças que se aproximam de mim querem apenas diversão, sexo, farra, bebidas.

Eu perguntei:

- E o que é que você faz com essas moças que o procuram com esse objetivo?

Ele respondeu, prontamente:

- Ora, eu saio com elas, me divirto.

Eu, então, concluí:

- É por isso que você não encontra um relacionamento profundo. Não está aberto para um relacionamento profundo. Encontramos o que buscamos. Para encontrar um relacionamento profundo, é preciso buscar um relacionamento profundo.

Mas buscá-lo no local certo. Buscá-lo, não nos locais onde
o que conta é o prazer momentâneo, mas buscá-lo nos lugares onde se cultiva a verdade: na universidade, nos grupos de arte e cultura, nos grupos religiosos, em ONGs que se preocupam com o bem-estar coletivo. Lá estão as pessoas dispostas a um relacionamento profundo e gratificante.

E outra coisa: não espere encontrar o parceiro perfeito. O parceiro perfeito só existe na cabeça daquele que o procura.


 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita