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por Temi Mary F. Simionato

 

Interesses da Humanidade


“Em resposta disse-lhes: Por que também vós transgredis o mandamento de Deus por causa da vossa tradição?”
 Mateus,15:3


Toda expressão da Verdade é a Lei. Qualquer nota relativa à Lei que se revela pela consciência é sinal de evolução, assim, podemos obstrui-la nas expiações ou consagra-la em virtudes. O que nos faz lembrar de O Livro dos Espíritos, na questão 621: Onde está escrita a Lei de Deus? Na consciência.

A moral é a regra da boa conduta, portanto, da distinção entre o bem e o mal. A Lei Natural, a Lei de Deus traça, a cada um de nós, o limite das nossas necessidades, porém, quando a ultrapassamos somos levados ao sofrimento. Se ouvíssemos em todas as coisas a voz que diz: Chega! Evitaríamos a maior parte dos males.

Por isso temos o Evangelho iluminado do qual Jesus é o centro Divino. Estamos na festa de Bodas, na festa de noivado de Jesus com a Humanidade, que até os dias de hoje é de noivado porque não se verificou, ainda, a perfeita união da Humanidade com os ensinamentos trazidos pelo Mestre Galileu. É importante meditarmos para saber se estamos realizando tudo que o Mestre nos exemplificou ou ao menos, se estamos nos esforçando para tal.

A decorrência de cada ação e de cada investimento nosso na criação do Pai, como apelo íntimo, representa as consequências a que nos expomos por resposta ao que causamos voluntariamente ou por indução de necessidades. Cientes de que Jesus é a resposta de Deus às nossas súplicas. Tudo o que o Mestre e Senhor disse e viveu nos interessa ao progresso espiritual, ao êxito da nossa empreitada evolucional.

Sempre é bom recordarmos que o Velho Testamento é o alicerce da Revelação Divina e o Evangelho é o edifício da redenção das almas. Para tanto deveríamos procurar nas lições de Jesus o nosso aperfeiçoamento interior. No entanto, a proposta do “Filho do Homem” ameaça os padrões da retaguarda afetando profundamente o “homem velho”. Jesus, em Seu Evangelho  exemplifica  a pura expressão da Verdade – o Verbo Divino,  que na atualidade é restaurado pelo Consolador.

Não podemos e nem é racional supormos que Deus destrua o mundo precisamente quando entramos no caminho do progresso moral, pela prática dos ensinos evangélicos. Esta prática deve determinar grande melhora em nosso estado moral, e, exatamente por isso, trará o reinado do bem e a queda do mal.

Jesus, enviado de Deus, foi a representação do Pai junto do rebanho de filhos transviados do Seu amor e da Sua sabedoria.

A lei Natural ou Divina é a forma imanente da Vida que se revela em tudo, potencializando-a à medida que a nossa consciência, por mecanismos de despertamentos, através das experiências das reencarnações, somadas no tempo, alcancem discernimento e elevação moral no imprescindível gerenciamento das faculdades humanas.

Todas as Leis da Natureza são divinas, pois Deus é o autor de todas as coisas. O sábio estuda as Leis da matéria, enquanto, o homem de bem – as da alma e as segue. Todos podem conhecer a Lei de Deus, mas nem todos podem, ainda, compreendê-la, será preciso para que isso aconteça, que o progresso se realize. E assim, voltamos aos círculos carnais quantas vezes forem necessárias, em obrigações expiatórias e de provas sentindo, novamente, a sufocação dentro dos veículos fisiológicos para tornar à verdadeira vida. Muitos estimam as longas repetições, entretanto, pelo que temos aprendido somos obrigados a considerar que vale mais a pena um dia bem vivido com o Senhor que cem anos de rebeldia em muitas criações inferiores.

Criados simples e ignorantes, nossa trajetória de Espíritos passa pela primitividade em que elementares valores de sobrevivência se implantam resultantes da Lei de Conservação. Avançando por força do instinto que patrocina essa fase, ainda sem experiências somadas do ser, conquistamos o livre arbítrio relativo ao campo desperto da própria mente, e este, baseado na somatória das experiências vividas e arquivadas em consequência do automatismo.

Temos o instinto como guia e as paixões como molas da alma no período inicial do desenvolvimento. Enquanto o instinto é guia seguro, as paixões, ao contrário, nascem, principalmente, das necessidades do corpo e dependem mais do que o instinto. Deus nos deu a necessidade de viver para que alcancemos pouco a pouco nosso aperfeiçoamento.

Herdeiros de milênios gastos na recapitulação de muitas experiências semelhantes entre si, vivemos até agora, quase que a maneira de embarcações ao gosto da correnteza, no rio de hábitos aos quais nos ajustamos sem resistência. A evolução, contudo, impõe a instituição de novos costumes, a fim de que nos desvencilhemos das fórmulas inferiores, em marcha para ciclos mais altos da existência. É por essa razão que vemos no Cristo, divino marco de renovação humana – todo um programa de transformações profundas e intensas do Espírito.

Sem violência de qualquer natureza alteramos os padrões da moda moral em que a Terra vivia há numerosos milênios. Como a evolução se caracteriza por ‘depuração’ de tudo que conquistamos, muitas vezes identificamos os processos da nossa escravização aos padrões vencidos do passado, enfermando a mente e tornando-a obsessiva.

O egoísmo, chaga da humanidade deve desaparecer da Terra, cujo progresso moral retarda. Ao Espiritismo está reservada a tarefa de fazê-la subir na hierarquia dos mundos. Que cada um de nós coloque todos os cuidados para combatê-lo em si, porque esse monstro devorador de todas as inteligências, esse filho do orgulho, é a fonte de todas as misérias do mundo. É a negação da caridade e, por conseguinte, o maior obstáculo à nossa felicidade. Extirpemos o egoísmo da Terra, para que ela possa gravitar na escala dos mundos, porque já é tempo da Humanidade vestir o seu traje corajoso e extirpá-lo de vez de nossos corações.

Renovemo-nos no dia de hoje, onde estivermos. Esquecendo as linhas curvas de nossas indecisões e nos esforcemos a caminhar a linha reta para o bem com a vontade do Senhor. Retiremo-nos das regiões escuras da morte na prática do mal para que nos tornemos dignos da vida imortal que é o dom gratuito do bem.

Jamais nos permitamos perder a irrestrita confiança em Deus, debatendo-nos em conflitos perturbadores, Onde nos encontremos, da forma que estejamos, o que fizermos e o que necessitarmos Deus sabe. Confiemos em Deus que nos criou para a glória estelar. Ele está conosco durante toda a trajetória da evolução.

 

Bibliografia:

KARDEC, Allan – O Livro dos Espíritos -16ª edição – Editora FEESP – São Paulo / SP – Questões: 617, 617ª,619,621, 629, 633, 703 -2015.

________ - A Gênese – 28ª edição – Editora FEB – Brasília/DF -Capítulo 17 -item58 e capítulo 03- item 18 -1985.

XAVIER, F. Cândido – O Consolador – ditado pelo Espírito Emmanuel – 29ª edição – Editora FEB -Brasília/DF – Questão 282 -2013.

________ - Pensamento e Vida – ditado pelo Espírito Emmanuel -19ª edição – Editora FEB – capítulo 20 -2016.

GOMES, Wagner – O Evangelho por dentro – ditado pelo Espírito Honório Abreu – 1ª edição – Editora Grupo Espírita da Benção – lição 31 – 2016.


 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita