Reciclagem
Falar sobre reciclagem exige um passageiro exame
sobre o processo de reaproveitamento, ou seja,
conversão do desperdício em materiais ou
produtos de potencial utilidade. Em sentido
estrito, a reciclagem de um material produziria
idêntico material em bruto; por exemplo, papel
de escritório usado seria convertido em novo
papel de escritório. Em determinado momento as
fibras de celulose vão se encurtando a cada novo
processo terminando a fase do reaproveitamento.
Na reciclagem, por exemplo, das latas de
alumínio ou fios de cobre, as propriedades
físicas e químicas se mantêm e o processo pode
ser repetido indefinidamente.
No Brasil desde 2010 existe uma lei que trata da
Política Nacional de Resíduos sólidos. Existe,
inclusive e de conhecimento mundial, o símbolo
internacional da reciclagem, sendo seu autor
Gary Anderson (1947). O símbolo exibe um
triângulo formado por três setas no sentido
horário, representando a indústria, o consumidor
e a reutilização. Segundo consta em notas da
Imprensa em um país das dimensões do Brasil, até
hoje não há em muitas cidades a aplicação
correta das diretrizes oficiais. Não obstante
encontramos em diversos lugares as lixeiras
específicas para coleta de lixo hospitalar, lixo
orgânico, plásticos, papel e metal.
Conceitualmente a reciclagem é um processo de
transformação aplicado a materiais que podem
voltar ao estado original, transformando-se em
produtos iguais em todas as suas
características, sendo um conceito diferente do
de reutilização.
Portanto, esse sistema técnico para reutilização
de determinados materiais nada mais é que,
dentro de uma ótica econômica, encontramos em
diversos estabelecimentos comerciais produtos
baratos sob uma placa de “produto reciclado” e
que ajuda em muito no orçamento doméstico.
Cronicando sobre reciclagem, reutilização e
reaproveitamento de materiais aflorou em meus
pensamentos a leitura de um Jornal Espírita que
trazia em sua página principal em letras caixa
alta:
“NASCER, MORRER, RENASCER AINDA E PROGREDIR
SEMPRE, TAL É A LEI!” (Allan Kardec).
O parágrafo acima é deveras oportuno...
Impressionado com o que acabava de ler, aprendiz
da Doutrina dos Espíritos, meditando sobre os
dizeres do iluminado autor d’O Livro dos
Espíritos e no recesso da biblioteca
encontrei pontos de semelhanças existentes com o
título desta crônica. Quais seriam esses
pontos?
Em minhas tantas andanças e observações pela
vida, vejo as lojas comerciais, os bares e
restaurantes, ruas citadinas, e em todas as
cidades contingentes de pessoas de todas as
idades, pessoas idosas e outras portadoras de
deficiências físicas que circulam de uma forma
ou de outra neste mundo, em que somos habitantes
por empréstimo ou temporários e porque não
dizer, muitos destes no qual me incluo, portando
uma discreta “data de validade”.
O processo de transformação em produtos
reciclados, posso aplicar, respeitosamente,
quando faço o estudo do processo natural da
Reencarnação.
Leitor de livros de Allan Kardec e de outros
Espíritos Iluminados, vale acrescentar aqui
palavras de Hermínio C. de Miranda (1920-2013)
em seu livro Reencarnação e Imortalidade:
“Mais uma vez, pois, levantemos nossos olhos
agradecidos para a figura de Kardec que, em
colaboração fiel com seus amigos do mundo
espiritual, conseguiu construir, de maneira tão
singela e tão pura, esse monumento de verdades
eternas a que chamou Espiritismo”, pág. 63,
edit. FEB-RJ, 1975.
Induzido por tais ensinamentos passei a
meditar... O que dizia Kardec aos seus ouvintes
ou seus leitores, transmitindo a eles as
Mensagens de Espíritos de Luz, Mensageiros de
Deus, alertando a humanidade sobre o mistério da
Reencarnação? O que é que tem esse mistério de
tão importante para associá-lo, respeitosamente,
ao título desta crônica?
Bem... Em retrospectiva à Lei dos Resíduos
Sólidos comecei a fazer uma analogia com o
dizeres de Allan Kardec. Revendo o escrito
acima sobre as multidões – pessoas tantas que
vejo em todos os lugares que eventualmente
frequento – pensei comigo: renascer ainda e
progredir sempre? Novamente, pedindo socorro aos
bons e iluminados Espíritos, encontrei em Léon
Denis (1846-1927) a explicação sobre as vidas
sucessivas (A Reencarnação e suas Leis,
págs. 153 e seguintes): “Cada um leva para a
outra vida e traz, ao nascer, a semente do
passado. Essa semente há de espalhar seus
frutos, conforme a sua natureza, ou para a nossa
felicidade ou nosso desespero na nova vida que
começa e até sobre as seguintes, se uma só
existência não bastar para desfazer as
consequências más de nossas vidas passadas.”
(edit. FEB-RJ-2019). Se preferimos escolher a
ignorância ou o desprezo por essas Leis Divinas,
sofreremos.
Em linhas anteriores mencionei O Livro dos
Espíritos e assim aproveito também para
meditar sobre a “Lei da Destruição” uma das Leis
Divinas imutáveis e é assim que seu Autor Kardec
se manifesta perguntando aos Espíritos
superiores: 728 – A destruição é uma lei da
Natureza? E obtém a seguinte resposta: “É
preciso que tudo se destrua para renascer e se
regenerar, porque o que chamais destruição não é
senão uma transformação que tem por objetivo a
renovação e melhoramento dos seres vivos”.
Ora, os materiais sólidos industriais passam
pelo processo de usinagem/reciclagem onde se
transformam matérias-primas em produtos finais.
O mesmo fenômeno observamos quando da destruição
do material humano com a libertação da alma,
destruição de casas e de prédios liberando
espaços para outras obras, com certeza
melhoradas e embelezadas.
Por sua vez, quando o Espírito superior
atendendo pedido de Kardec responde que a
destruição é para transformação, renovação e
melhoramento dos seres vivos, entendemos no caso
os pertencentes aos reinos mineral, vegetal,
animal e hominal.
Como visto, o assunto é importante, muito
interessante para se entender nossa presença
neste Planeta, não só a nossa presença, mas sim
de tudo que existe na Natureza subordinados,
como estamos, a Deus que é a inteligência
suprema, causa primeira de todas as coisas.
Para encerrar, sinto ser oportuno acrescentar um
antigo provérbio que diz: “pela obra se
reconhece o artífice. Pois bem! olhai a obra e
procurai o artífice”. Julga-se o poder de uma
inteligência pelas suas obras; nenhum ser humano
pode criar o que produz a Natureza, a causa
primeira é uma inteligência superior à
Humanidade.