Filho único
A minha infância de menina sozinha deu-me duas coisas
que parecem negativas, e foram sempre positivas para
mim: silêncio e solidão. Cecília
Meireles
É cada vez mais comum encontrarmos pais que decidem ter
apenas um filho e, ainda hoje, são questionados por essa
decisão. Mas será que ter irmãos é fundamental para o
desenvolvimento de uma criança?
O ambiente familiar tem influência na formação da
criança, afetando os pais, seus exemplos, a maneira como
ela construirá seus vínculos e relacionamentos.
Obviamente, no dia a dia, a convivência com outras
crianças é extremamente importante, pois é através
dessas relações que a criança se percebe como indivíduo,
aprende sobre tolerância, frustrações, diferenças,
amizade, cooperação, a força da reconciliação...
Na infância, a interação com o grupo, sobretudo
promovido pela escola e pelo convívio com os parentes
(primos de idade similar), poderá dar à criança lições
de empatia, gentileza, carinho, o que substitui, na
prática, o aprendizado na relação com os irmãos.
O que é importante para o filho único?
Sem esquecer que crianças aprendem pelo exemplo, seja
ele bom ou ruim, para o filho único é importante
vivenciar em casa amor e atenção, ou seja, dispor de um
espaço de escuta e acolhimento, tendo a chance de
estabelecer vínculos de apego e segurança.
Algumas dicas que ajudam os pais de filho único:
1 - Procurem compensar a excessiva convivência da
criança com adultos dando a ela a possibilidade de se
relacionar com frequência com outras crianças da mesma
idade.
2 - Coloquem seu filho na escola desde pequeno, pois a
vida de relação social com outras crianças é um caminho
instrutivo fundamental para um filho único.
3 - Tomem cuidado com o excesso de proteção e mimos,
principalmente os avós e tios que costumam exagerar na
satisfação dos caprichos da criança.
4 - Com a boa intenção de formar um filho independente,
muitos pais acabam caindo no erro de ser rígidos demais
e às vezes frios no trato com a criança. As mostras de
afetividade e presença amorosa são fundamentais para que
a criança cresça sadia e confiante. O que deve ser
evitado é a superproteção e o sentimentalismo.