Confidência de jovem espírita
Nas primeiras décadas do século passado, um nobre amigo,
ainda muito jovem, com o propósito de integrar-se ao
trabalho, foi a uma comunidade espírita de Belo
Horizonte (MG), onde se realizavam sessões com
materializações de Espíritos e curas de pessoas
enfermas.
Foi recusado, talvez por sua idade e inexperiência.
Como a cidade fica a pouca distância de Pedro Leopoldo
(MG), onde residia o médium Francisco Cândido Xavier,
foi até lá e assistiu à reunião em que havia
psicografias de mensagens.
Teve a felicidade de receber dirigida a ele – sem que
houvesse solicitado – carta de Bezerra de Menezes, na
qual o orientava, no sentido de trabalhar na Doutrina
Espírita.
Retornando ao Centro de Belo Horizonte, foi admitido,
eis que recebera o aval do nobilíssimo Espírito.
Naquela Casa, entre outras atividades, buscou angariar
recursos destinados à construção da sede da Instituição
– tarefa que desenvolveu ao longo de sua vida, em favor
de inúmeras edificações espíritas.
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Nos dias em que havia sessões de materializações,
recomendava-se aos médiuns que a integravam não comer
carne.
Mas, certo dia em que andava pela cidade, à procura de
donativos, desceu do bonde em frente a uma pastelaria,
onde o odor dos pastéis a fritar se espalhava por toda
parte, atraindo irresistivelmente a clientela.
Nosso jovem amigo olhou para os lados, cuidadosamente, e
não vendo ninguém da Comunidade que frequentava, entrou
no local e, bem depressa, comeu alguns pastéis.
À noite, no decorrer da reunião, um Espírito
materializado falou a cada um dos integrantes,
estimulando-os a perseverarem no trabalho em benefício
dos semelhantes.
Dirigindo-se, ao final, ao nosso amiguinho, disse a ele:
– Nós o acompanhamos pelas ruas, a buscar meios para
ampliar nossas atividades junto aos sofredores.
Prossiga, meu amigo. O trabalho
é necessário. Mas... quando quiser comer pastéis, não
precisa queimar a boca!
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