Moeda e vida
Ouviste dizer que essa ou aquela moeda de tuas
possibilidades terá procedido das cogitações de um
avarento; no entanto, ainda hoje conseguirás com ela
atender a compromisso justo, ou, então, empregá-la a fim
de recuperar a paz de algum companheiro que a
necessidade vergasta.
Noutras ocasiões, há quem afirme que os teus recursos
monetários são remanescentes de esferas outras, nas
quais o prazer enfermiço se demora gerando desvarios do
pensamento, mas podes, de imediato, orientá-los no rumo
do proveito geral, atenuando aflições ou secando
lágrimas.
Nunca te pronuncies, porém, contra o dinheiro.
Aprendamos a respeitá-lo, usando-lhe os potenciais na
lavoura do bem.
Reflete e observarás que ele tem sido o instrumento
silencioso de tua própria segurança.
Efetivamente, não te fez o lar, porque o lar se ergue a
preço de amor; entretanto, ajudou a levantar as paredes
e, a compor o teto da construção em que entreteceste o
ninho doméstico. Não criou o remédio que te garante a
saúde, mas, comumente, é o estímulo de quantos operam no
levantamento dos agentes que o formam, a benefício do
teu equilíbrio orgânico. Não suscita sonhos de arte;
todavia, ampara o gênio na execução da obra-prima. Não
confere recursos técnicos ao campo da inteligência, mas
é o incentivo em que a indústria se desenvolve e
consolida.
Dinheiro pode e deve ser a mola do progresso e a seiva
do trabalho, a alavanca de reconforto e o aval da
beneficência.
Sempre que possas, troca a moeda de que dispões pela
felicidade dos semelhantes e, a breve tempo,
reconhecerás a tua própria felicidade erguida em ti
mesmo, a derramar-se, limpa e bela, de tuas próprias
mãos.
Do livro Caridade, obra
psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.
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