Entrevista

por Orson Peter Carrara

Quadrinhos Fraternos, uma forma diferente de divulgar a doutrina

Natural de Niterói (RJ), onde também reside, tendo cursado a EBA-Escola de Belas Artes na UFRJ, Marcelo Tibúrcio Vanni (foto) vincula-se ao movimento espírita da cidade, onde atua como colaborador. Como ilustrador tem-se dedicado a uma forma diferente de divulgação espírita, através de pequenos gibis, muito acessíveis. Acompanhe suas respostas:

 

Como conheceu o Espiritismo?

Eu cheguei ao Espiritismo por causa de problemas de saúde na família.

Que aspecto no Espiritismo mais lhe chama atenção? Por quê?

Acho que é a empatia. Sempre me sinto acolhido nos centros.

Como surgiu a ideia dos quadrinhos espíritas para divulgar a doutrina?

É uma história comprida. Eu queria muito ajudar a causa com o meu trabalho, então procurei um meio que me era familiar, um jornal (O Correio Espirita) e me ofereci para ajudar. Com o tempo passei a colaborar ilustrando artigos como os da Doris Gandres. Em um determinado momento o editor Saulo de Tarso quis que produzíssemos uma página só com passatempos e assim foi feito, e certo dia sugeri colocar cartum e depois as tiras. Então, assim sem saber de nada, peguei textos do Irmão X e comecei a quadrinizar. Ficou muito bom, eram histórias muito boas, então construí um blog chamado Quadrinhos do Invisível, no qual eu publicava as tiras depois que saíam no jornal. Eu fiz acho que umas 15 tiras em 15 meses... então acreditei que poderia quadrinizar Nosso Lar e busquei a FEB para obter uma autorização, mas não consegui. Mas fui informado por eles mesmos que as obras básicas com tradução do Guillon Ribeiro eram de domínio público.  Eu poderia usá-las então. Daí criei o primeiro Quadrinhos Fraternos, com o texto Benemerência do evangelho. Para imprimi-lo eu vendi anúncios nos rodapés, para o Correio Espírita e outras instituições. E saiu o primeiro número impresso. Era 2017.

Onde o leitor pode encontrar esse material digitalmente?

Eu vendo gibis em papel. Envio pelo correio para todo o Brasil. Mas vendo os pdf dos passatempos porque são descartáveis então são mais úteis às casas se elas puderem imprimir de forma doméstica conforme a necessidade.

Como tem norteado a elaboração desse conteúdo?

Só posso trabalhar com domínio público. Então estou sempre no Evangelho ou em O Livro dos Espíritos. Eu faço o Evangelho no lar faz muitos anos e lendo e relendo eu marco as passagens que podem dar bons gibis e assim vou escolhendo.

Você mesmo faz todo o trabalho, inclusive ilustrativo, ou conta com outras pessoas?

Eu faço tudo, mas muitas vezes minha esposa me ajuda na parte braçal, de separar gibis par enviar, o correio vem buscar aqui em casa e assim vou enviando os pedidos.

As publicações são impressas ou apenas virtuais?

Os gibis são impressos, mas os passatempos dados ao custo da impressão eu disponibilizo em PDF. Alguns gibis eu transformei em vídeos no YouTube – para acessar, clique aqui-3

Dessa experiência, o que gostaria de destacar?

Eu recebo uma atenção muito grande dos leitores. E é curioso porque, como sou ilustrador, sempre lidei com todo tipo de pessoas, mas no Espiritismo eu sempre me alegro com o que vivo nas relações com os leitores e clientes.

De suas vivências com o Espiritismo, qual gostaria de relatar aos leitores?

Apesar de não ser de família espírita eu sempre acreditei na sobrevivência dos espíritos. Meu pai me contava de uma forma muito natural que certa feita ele precisava resolver um problema técnico de seu trabalho (ele era um sapateiro) e sem saber como fazer um serviço encontrou-se com meu avô em desdobramento e esse lhe ensinou o serviço (meu avô havia morrido, mas não havia contado a ele como fazer em vida) em sonho. Meu pai acordou no dia seguinte e foi à loja e fez um trabalho que ele não sabia fazer, mas o meu avô contou a ele em sonho. Então apesar de um medo inicial eu me adequei feliz à doutrina.

Algo mais que gostaria de acrescentar?

O Quadrinhos Fraternos pretende preencher uma lacuna que é fornecer um material de divulgação e doutrinação espírita de fácil assimilação, atraente, fiel aos textos originais e que seja passível de chegar a qualquer lugar, por isso é um gibi fininho de 4 páginas. Para não cansar o leitor, pode ser usado em uma hora de aula, por crianças de baixa escolaridade, surdos e público em geral. Também, porque sendo leve paga menos correio e pode ser enviado pelo Brasil. Por ser barato, R$ 2,00 cada, qualquer evangelizador pode adquirir mesmo que esteja num recanto remoto do Brasil. O Gibi não precisa de luz elétrica, radio ou tv, celular para ser usado. Funciona em qualquer lugar. Então a pretensão minha é conseguir chegar a mais pessoas pelo menor custo de forma fiel ao Pentateuco.

Suas palavras finais.
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Eu sou uma pessoa só, não somos os estúdios Disney, então é comigo mesmo que os leitores falam pela internet.


 

 

     

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 Revista Semanal de Divulgação Espírita