Espiritismo: um contributo para a justiça
social
No planeta Terra, em pleno século XXI, quando a
tecnologia de ponta faz as delícias do Homem, este
movimenta-se com séculos de atraso, no que tange à sua
evolução moral e espiritual.
Apesar de cada vez mais termos instrumentos que permitam
alimentar as pessoas, mais fome e assimetrias de
oportunidades existem.
Apesar de cada vez mais termos instrumentos de cura,
para salvar vidas, mais guerras existem, onde nos
matamos, quais primitivos.
Só para nos reportarmos ao Ocidente, as revoluções
sociais explodem por todo o lado, na Europa dita
civilizada. Greves, tumultos, contestações, exploração
da mão-de-obra, em que uma minúscula percentagem,
gananciosamente, acumula milhões de euros que, nunca
conseguirá utilizar nesta reencarnação, enquanto milhões
de seres humanos vivem para o trabalho-escravo, sem
oportunidade de viver, criar, utilizar o intelecto,
cultivar a cultura, entre outras facetas da vida que
deveriam fazer parte do seu quotidiano.
Há mais de 2 mil anos, Jesus de Nazaré, o Espírito que
nos serve de modelo e guia (“O Livro dos Espíritos”,
Allan Kardec) deixou à Humanidade um tratado de relações
sociais, com vista ao êxito material e espiritual que,
em essência, se resume em “não fazer ao próximo o que
não desejamos para nós” e em “fazer ao próximo
aquilo que desejaríamos que nos fizessem”.
De tão elementar e simples que é este ensinamento, custa
a acreditar que 2023 anos depois, a Humanidade ainda
vegete na dor física e moral, decorrentes do egoísmo, do
ódio, da vingança, da ganância, entre outros defeitos
que, já deveriam pertencer ao passado.
Se fosse aplicado o modelo social que Jesus de Nazaré
preconizou, não precisaríamos de partidos políticos, de
lutas eleitorais, de disputas ideológicas, já que o
bem-comum seria o apanágio de todos, independentemente
das ideias de cada um, que seriam temperadas no caldo do
amor ao próximo, a solução de todos os problemas
existenciais.
Não seriam necessários sindicatos, greves, tumultos,
contestações, pois o trabalhador receberia o salário
justo, o gestor lideraria com justiça, equidade e
honestidade, os governantes governariam os povos como se
fossem a sua casa, fazendo o melhor em prol de todos,
esquecendo os lucros próprios, já que a sua missão seria
servir o próximo.
O Espiritismo promove a justiça social, em todos os
sectores da vida humana
Numa época em que até os espiritualistas parecem
perdidos do Norte de Deus, mergulhados no materialismo
anestesiante dos melhores sentimentos e acções, indo na
enxurrada do materialismo sem saída, o Espiritismo (Doutrina
dos Espíritos ou Doutrina Espírita – que não é mais uma
seita ou religião, mas sim uma filosofia de vida,
espiritualista, universal e universalista) vem
demonstrar experimentalmente a imortalidade do Espírito,
a comunicabilidade dos Espíritos, a Reencarnação e a Lei
de Causa e Efeito, a existência de Deus e a pluralidade
dos mundos habitados.
Entendendo porque está na Terra, de onde vem e para onde
vai, entendendo o porquê das dores e alegrias, das
assimetrias, o Homem esclarece-se acerca do sentido da
vida e, consola-se, porque assim entende a justiça
divina, em que não há castigos nem prémios por parte da
inteligência suprema, causa primária de todas as coisas
(definição de Deus, dada pelos Espíritos superiores a
Allan Kardec).
O Espiritismo, como ciência de observação, filosofia e
moral, catapulta o Homem para fora dos acanhados
horizontes das religiões, em busca de uma
espiritualidade interior, tanto mais rápida de adquirir
conforme o esforço de cada um, ao longo das
reencarnações.
“Nascer, morrer, renascer ainda, progredir sem
cessar, tal é a Lei”, que baseada na caridade sem
limites, faz do Espiritismo um lastro de luz para a
Humanidade se libertar da injustiça social,
pacificando-se o Homem e, por consequência, todo o
tecido social.
Solidariedade, tolerância, compreensão, entendimento,
serenidade e alegria activa são a consequência da
aplicação do Espiritismo no nosso dia-a-dia.
Assim o queiramos fazer…
Bibliografia:
Kardec, Allan – O
Evangelho Segundo o Espiritismo.
Idem - O Livro
dos Espíritos.
José Lucas reside em Óbidos, Portugal.
|