Cartas

Ano 17 - N° 827 -11 de Junho de 2023

De: Leo Martins (Gravataí, RS)

Quinta-feira, 1º de junho de 2023 às 13:00:48

Muito se ouve que todos temos mediunidade; porém gostaria que me fosse notificado que comportamentos e cuidados pessoais, que podem favorecer a sermos um bom médium.

Como podemos constatar que está ocorrendo um animismo, e como podemos interferir junto ao portador?

Na expectativa de ser atendido, desde já envio meus agradecimentos.

Leo Martins


Resposta do Editor
:

Como tornar-se um bom médium?

Se – do ponto de vista do mecanismo da comunicação – a mediunidade, em si mesma, não depende do fator moral, do ponto de vista da assistência espiritual o fator moral é relevante. Médiuns moralizados contam com o amparo de Espíritos elevados. E por médium moralizado queremos referir-nos ao médium que pauta sua vida como um autêntico homem de bem, procurando ser uma pessoa humilde, sincera, paciente, perseverante, bondosa, estudiosa, trabalhadora e desinteressada.

A primeira necessidade do médium, conforme inúmeros estudiosos, é evangelizar-se a si mesmo, antes de entregar-se às grandes tarefas doutrinárias, pois de outro modo poderá esbarrar sempre com o fantasma do personalismo, em detrimento de sua missão. O melhor médium é aquele trabalhador que melhor se harmoniza com a vontade do Pai Celestial, cultivando as qualidades que atraem os bons Espíritos e destacando-se pelo cultivo sincero da humildade e da fé, do devotamento e da confiança, da boa vontade e da compreensão.

Segundo o que Kardec escreveu em O Livro dos Médiuns, as qualidades que atraem os bons Espíritos são: a bondade; a benevolência; a simplicidade do coração; o amor ao próximo; o desprendimento das coisas materiais. Os defeitos opostos a essas qualidades, evidentemente, os afastam de nós.

Quanto à questão sobre animismo, o tema já foi tratado nesta revista na edição 313, na seção O Espiritismo responde, que sugerimos seja consultada pelo leitor. Para acessar a matéria, clique aqui

 

De: Sergio Siqueira (São Paulo, SP)

Quarta-feira, 7 de junho de 2023 às 13:42:41

Qual a necessidade de o espírito precisar de hospital, alimentação e seguir regras de hierarquia? Não vive ele num mundo atemporal?

Sergio


Resposta do Editor
:

A leitura de obras como Nosso Lar, de André Luiz, psicografada por Chico Xavier, evitaria perguntas como esta formulada pelo prezado leitor. Ensina o Espiritismo que os Espíritos são seres constituídos por dois elementos: a alma e o corpo espiritual, que a reveste. O corpo espiritual, que Kardec chama de perispírito, é de natureza semimaterial e, por isso, sofre influências e experimenta necessidades tal como ocorre com os corpos físicos em geral.

Espíritos de evolução mediana, como a nossa, quando estão desencarnados, vivem em comunidades próximas da crosta terrestre muito semelhantes às que conhecemos na Terra, nas quais há escolas, hospitais, templos e casas, que atendem assim às necessidades dos que ali vivem.

Inúmeras obras, escritas por autores diferentes, confirmam o que André Luiz descreve na série de obras que se seguiram ao livro Nosso Lar, cuja leitura pode dirimir quase todas as dúvidas que muitos têm com relação ao que ocorre com as pessoas em sua vida pós-morte. 

 

De: Priscilla Gomes (Rio de Janeiro, RJ)

Quinta-feira, 1º de junho de 2023 às 11:58:15

Allan Kardec fala em algum livro sobre a existência de médiuns passistas ou doutrinadores? De onde surgiram essas denominações a essas funções ou tipos de funções dentro das casas espíritas? Na minha tem correntista, passistas, passistas curadores, doutrinadores e orientadores (estes últimos fazem o atendimento fraterno).

Priscilla


Resposta do Editor
:

Kardec não utilizou o termo “médium passista”, que se popularizou no Brasil e é largamente utilizado hoje em dia para designar o médium que, por meio da imposição das mãos, ministra o chamado passe magnético do tipo misto ou humano-espiritual, mencionado pelo codificador do Espiritismo em seu livro A Gênese, cap. XIV, item 33. O mesmo se deu com o termo “doutrinadores”, que vários autores espíritas utilizam e que André Luiz, no entanto, prefere que chamemos de “médiuns esclarecedores”.

 

De: Domingos Antero da Silva (Limeira, SP)

Sexta-feira, 2 de junho de 2023 às 10:28:54

Em algumas palestras sobre o desencarne é afirmado que todo espírito recebe ajuda no momento do desencarne. Se este fato é verídico e comprovado, qual o merecimento daqueles que vivem fazendo o mal para outras pessoas, assassinos, corruptos, principalmente os que estão conscientes do mal que fazem e continuam a fazê-lo sem arrependimento até o momento do desencarne? Vocês podem falar sobre este assunto e indicar leituras sobre ele?

Domingos


Resposta do Editor
:

A assistência dos benfeitores espirituais jamais falta a ninguém, o que não significa que os que praticam o mal ficarão – devido a essa assistência – dispensados de responder à Justiça Divina pelas faltas e atos cometidos na existência recém-finda. O arrependimento sincero, a expiação e a reparação são os fatores que lhes permitirão reajustar-se perante a Lei, visto que, conforme ensina o Evangelho, na vida a semeadura é livre, mas a colheita é compulsória. 

 

De: Carlos Antônio (Rio de Janeiro, RJ)

Terça-feira, 6 de junho de 2023 às 17:15:24

Gostaria de saber qual a visão do Espiritismo sobre o que está registrado em Levítico 17, que fala sobre a proibição do consumo de sangue animal como alimento. Já pesquisei e perguntei a vários amigos espíritas e até agora não obtive uma resposta. Ficaria feliz se algum amigo espírita d’ O Consolador puder me dar essa luz.

Desde já, que Cristo esteja sempre conosco.

Carlos


Resposta do Editor
:

Na quarta parte do Levítico, denominada "Código de Santidade", Moisés renova a proibição sobre não se alimentar de sangue. Segundo a ordenação, todo o povo da casa de Israel e os estrangeiros que viessem morar entre eles não poderiam  comer sangue, porque no seu entendimento a vida do animal está no sangue e o Senhor o deu para que sobre o altar fossem expiadas as faltas. Assim, antes de comer qualquer caça, seu sangue deveria ser derramado e coberto de terra.

A ordenação foi posta de maneira muito clara: "Vós não comereis sangue de qualquer carne que seja, porque a vida de toda a carne está no sangue e todo o que comer dele será punido de morte" (Lev., 17:1-16).

A justificativa posta no Levítico não tem, segundo pensamos, fundamento nenhum. Mas não podemos afirmar seja esse o entendimento espírita, visto que a doutrina espírita, salvo engano de nossa parte, não tratou do tema em nenhuma de suas obras.

 

De: Tiago Sathler (São Paulo, SP)

Quinta-feira, 1º de junho de 2023 à 00:58

Boa noite, saudações paz e luz!

Meu nome é Tiago, sou estudante faz alguns anos de diversas doutrinas, desde pequeno conheço a doutrina do Chico Xavier e Waldo Vieira, sendo entusiasta de viagem astral, tendo posteriormente estudado também filosofia grega, judaica, árabe e hindu principalmente, além da mensagem de Cristo.

Cito isso como exemplo, pois vi uma matéria sua sobre pretos-velhos e gostaria de dizer minha humilde opinião. Eu por acaso fui levado a um terreiro e à primeira vista tive uma boa dose de preconceito, sendo que passando por aquela experiência tive uma grande surpresa! Ao escutar a entidade que fumava e bebia café, vi uma sabedoria que se assemelhava à de Sócrates com uma dose de Cristo, sua linguagem não era perfeita no português como a nossa não o é, mas também na filosofia hindu isso fica em segundo plano, assim como na cristã, diante do conteúdo e maneira de lidar e ver as coisas etc. Nunca em nenhuma outra casa de prática espiritual vi algo assim. Se o senhor já leu a obra de Platão, ou uma obra de extrema lógica como Yoga Sutra, Tao Te King ou Masnavi, gostaria que imaginasse estar diante de tamanho milagre, por fim ganhei um passe que resolveu um probleminha.

Soube que existe incompreensão dentro do Espiritismo Kardecista, e precisamos não cometer os mesmos erros que antigos padres católicos fizeram, sendo que quem sofreu como Cristo não fomos nós (pelo menos eu, como descendente de alemão) e sim essas almas que são completamente dedicadas à caridade.

Grato. Paz e Luz.

Tiago


Resposta do Editor:

O que pensamos sobre as manifestações dos chamados pretos-velhos está presente na seção O Espiritismo responde da edição 431 desta revista. Para acessá-la, clique aqui 

 

De: Maria Cristina De Jesus Borges (Guarujá, SP)

Domingo, 4 de junho de 2023 às 12:36:19

Prezado amigo, no livro “Urânia” de Camille Flammarion, a informação é que Marte seria superior à Terra. No mesmo livro, existe referência ao homem terreno de forma descaridosa, que contraria o ensino dos Espíritos. Outra informação de que máquinas e animais executam os trabalhos materiais e que os animais têm inteligência igual ou superior ao homem, também contraria a literatura espírita. Embora a obra não seja mediúnica, o livro traz informações de alto valor, mas com muitas informações divergentes.

Escrevo por ter ficado com muita vontade de ouvir outra opinião.

Grata pela oportunidade da resposta.

Maria Cristina


Resposta do Editor
:

De fato, a obra citada não é mediúnica e, quanto ao seu conteúdo, tem razão a leitora. A pedra de toque, em matéria de Espiritismo, assim escreveu Herculano Pires, é a obra de Kardec e é nela, portanto, que devemos fiar-nos, em face da segurança que lhe adveio devido ao método utilizado por ele na codificação da doutrina espírita.

Sobre as divergências a respeito de Marte, sugerimos à leitora que leia a matéria que publicamos na seção O Espiritismo responde na edição 54 desta revista. Para acessá-la, clique aqui

 

De: Terezinha Márcia de Jesus (Aparecida, SP)

Domingo, 4 de junho de 2023 às 18:09:06

Uma espírita me disse que minha alma está afastada do meu corpo. Isso é verdade? Existe isso realmente? Estou preocupada.

Terezinha


Resposta do Editor
:

A alma, ensina o Espiritismo, não fica encerrada no corpo. Ela se irradia e pode mesmo, se for necessário, afastar-se, permanecendo, porém, ligada por um laço fluídico ao corpo físico enquanto durar sua existência corpórea.

Não existe, portanto, motivo algum para preocupação.

 

De: Arthur Correia (São Paulo, SP)

Domingo, 4 de junho de 2023 às 21:47:56

Assunto: “Eletrochoque, Choque Anímico e Desobsessão”, por Leonardo Marmo Moreira (O Consolador, edição 229)

Estou passando por algumas experiências que não sei dizer se são espíritas ou se apenas da minha cabeça.

Meu pai era médium e sempre me ajudou com os assuntos espirituais, mas eu nunca fui um crédulo. Recentemente comecei a ter algumas experiências que me fizeram começar a questionar a minhas crenças. Começou apenas com algumas vozes, de noite, antes de dormir. Depois comecei a ter algumas experiências que tenho certeza que estava acordado, vendo vultos, escutando conversas como se em uma frequência que não conseguisse entender nada. Agora tenho visto silhuetas, como se de fumaça, cada vez ficando mais definidas, sempre no horário noturno, enquanto estou na cama. O que tem me assustado é que de lá pra cá as experiências têm-se tornado mais intensas. (...)

Semana passada eu estava passando por uma crise de ansiedade (pela primeira vez na vida), estava preocupado demais com alguns assuntos, e às vezes parecia que estava reagindo de uma forma diferente da que costumo agir, não era eu mesmo, estava tendo algumas reações muito estranhas. Acreditei que era pela situação de estresse por que estou passando, porém percebi que depois dos choques reduziu muito o estresse.

Como um leigo queria perguntar se teria algo relacionado com o que está escrito no artigo de Leonardo Marmo Moreira, citado no preâmbulo.

Arthur


Resposta do Editor
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Sim, todos os fatos mencionados indicam claramente que, a exemplo de seu pai, o leitor também é médium e como tal deveria estudar a doutrina espírita e tudo que diga respeito à mediunidade, para saber como exercitá-la a bem da humanidade. Em casos assim, sugerimos ao leitor que busque orientação num Centro Espírita de sua cidade, para dar ali início à educação de suas faculdades mediúnicas. 

 


 
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O Consolador
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