A
História
Sem
grande esforço encontramos, principalmente na história das religiões
mais antigas, no Antigo e no Novo Testamento, fundamentos, citações e
sínteses que mostram, naqueles tempos de então, a madrugada das sombras
da moral, ainda distantes da claridade da iluminadíssima alvorada da
Justiça Divina, mas aproximando-se passo a passo dela, no tempo da
Razão. Tempo que não para e que por graça do Supremo Criador tem o
fadário de regenerar a Humanidade, com o resplendor do sol da alvorada
do Amor a Deus e ao próximo.
Fragmentos dessa caminhada, pouco a pouco iluminando-se:
Das
religiões da Índia:
Nessas
escrituras encontra-se a fonte mais antiga sobre crédito ou débito
moral, consubstanciados na “Lei do Karma”.
Karma,
em sânscrito (antiga língua sagrada da Índia), significa “ação”.
Fundamento do karma: todo bem ou mal que tenhamos feito numa vida
irá nos trazer consequências boas ou más, seja nesta ou em outras
existências que estão por vir. A “Lei do Karma” consigna que boas ações
creditam paz e bem, más ações trazem sofrimento e dor, estes só
atenuados por aquelas boas, a bordo de sincero arrependimento.
A Lei
do Karma é comumente conhecida como Justiça Celestial, faz parte
do conjunto de escrituras sagradas de várias religiões da Índia:
● Os
Vedas: segundo as tradições 3.102 a.C.;
●
Bramanismo: do segundo milênio a.C. até o início da era cristã; persiste
de forma modificada, sendo atualmente chamado de Hinduísmo;
●
Hinduísmo: segundo as tradições, desde cerca de 2.000 a.C.;
●
Jainismo: desde século VI a.C.;
●
Budismo: desde século V a.C.
De cada
religião, quando possível, registro apenas duas passagens, como exemplo
da aproximação à Justiça Divina.
Do
Antigo Testamento:
● "Porque,
segundo a obra do homem, Ele (Deus) lhe paga; e faz que cada um ache
segundo o seu caminho.” Consta do Livro de Jó, 34:11.
Atualmente concorda-se que esse livro foi escrito entre os séculos VII e
IV a.C., com o século VI a.C. despontando como data mais provável;
● “A
ti também, Senhor, pertence a misericórdia, pois retribuirás a cada um
segundo a sua obra.” (Salmos, 62:12) - Escrito por Davi – c. 1010-
c. 970 a.C.;
Do
Novo Testamento:
● “Porque
o Filho do homem virá na glória de seu Pai, com os seus anjos; e então
dará a cada um segundo as suas obras.” Jesus, em Mateus,
16:27;
● “E,
se invocais por Pai aquele que sem acepção de pessoas julga segundo a
obra de cada um, andai em temor, durante o tempo da vossa peregrinação.”
Apóstolo Pedro, em I Pedro, 1:17.
Cristianismo
Conjunto das religiões organizadas com base na sublimidade de Jesus
Cristo e nos escritos que relatam suas palavras. Nascido na Judeia e
difundido inicialmente no Oriente, o Cristianismo foi pregado no mundo
mediterrâneo pelos Apóstolos, depois da morte de Jesus.
No
Cristianismo encontram-se normas, princípios, ideias e convicções que
constituem o ideário de ética, com os filósofos gregos, e de forma mais
objetiva, por profetas expondo fé e esperanças, até Jesus consolidar
integralmente, com lições e exemplos, o entendimento da Justiça Divina,
praticada sempre pelo Amor de Deus por toda a Humanidade.
Catolicismo
Religião dos cristãos que reconhecem o papa como chefe espiritual. O
Catolicismo funda sua unidade sobre uma comunidade de fé, sacramentos e
vida religiosa. Concorda com as outras Igrejas cristãs, no que concerne
à Revelação (Antigo e Novo Testamentos).
Islamismo
O
Alcorão vê-se como uma escritura devotada principalmente a estabelecer
os princípios de fé e justiça. Exige que a justiça seja feita para
todos, e que é um direito inerente de todos os seres humanos sob a Lei
Islâmica.
O
Alcorão, a escritura sagrada do Islã, considera a justiça como uma
virtude suprema. É um objetivo básico do Islã (Islamismo) a ponto de
ser a próxima na ordem de prioridade, após a crença no direito exclusivo
de Deus, a adoração (Tawheed = do árabe: “unir”) e na verdade da
missão profética de Muhammad (o Profeta Maomé) - abril
de 571 d.C. / 08 de junho de 632 d.C.,
que fundou o Islamismo, do qual consta no Alcorão:
● “Deus
ordena a justiça e o tratamento justo...” (Alcorão 16:90)
O
comprometimento eterno do Alcorão com os padrões básicos de justiça é
encontrado também nesta declaração, dirigida aos seus adeptos:
● “A
Palavra de teu Senhor cumpriu-se em verdade e justiça. Ninguém pode
mudar Suas palavras”. (Alcorão 6:115)
Espiritismo
O
Espiritismo chegou a este mundo em 18 de Abril de 1857, com Allan Kardec
lançando O Livro dos Espíritos, pedra basilar da Codificação da
Doutrina dos Espíritos, compreendida como portadora dos respectivos
fundamentos: Perfectibilidade da Justiça Divina, consubstanciada nas
Leis Divinas, ou Naturais (subdivididas em Leis Morais), reencarnação e
evolução espiritual.
Indevassável nas dobras do Tempo, segundo a segundo, a Justiça Divina
registra, automaticamente, o mérito ou demérito de cada Espírito: todos
os seus procedimentos, bons e maus, inclusive, até mesmo dos seus
pensamentos (Lembrando Jesus, em João: 8-11...).
Esse
registro decorre das citadas Leis de Deus, invioláveis e perfeitas, que
estão insertas na consciência de cada Espírito, desde sempre, conforme a
questão 621 de O Livro dos Espíritos (“O LE”).
Assim,
cito alguns detalhes das Leis Morais, extraídas do conjunto de Leis
Divinas que regem a dimensão moral do ser, sendo parcialmente
subsidiárias da Justiça Divina e dos fundamentos do Espiritismo, agindo
quais esplêndidas bússolas comportamentais, segundo afirmação do Divino
Amigo, quando assegurou: “Amarás o
Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o
teu pensamento. Este é o primeiro e grande mandamento. E o segundo,
semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo”. (Mateus
22:37–39)
Dessa
forma é que, decorrente da vivência comportamental segundo as Leis
Morais, o ápice moral evolutivo do Espírito será alcançado quando ele
praticar apenas o bom emprego delas, aureolando seus atos com amor a
Deus e ao próximo, conforme Jesus ensinou e exemplificou.
Vários
estudiosos espíritas, encarnados e desencarnados, refletem sobre a
Justiça Divina, registrando que ela é expressão inquestionável da Lei do
Amor de Deus, bem como a compaixão do Supremo Criador para com aqueles
que, de ordinário, se comportam em desalinho com as Leis Divinas. Essa
compaixão, no entanto, não poderá prestar essa sublime ajuda aos
faltosos, diante dos endurecidos impedimentos causados por eles, ante
suas sistemáticas rebeldia e recusa, diante dos fundamentos do
merecimento.
Nesses
casos é convocada a ação do Tempo, conjugada com a da pedagogia da dor,
eficientíssimas ferramentas para desate de nós sustentados pelo mal.
O Amor
e a Caridade do Pai para com todos Seus filhos são ofertados a todos
eles, inocentes ou culpados, indistintamente.
Mas a
esses últimos, porém, a Justiça Divina — inviolável, perfeita, soberana,
expressão máxima e inigualável da caridade do Supremo Criador —, apenas
poderá ajudá-los a se reerguerem quando neles brotar o arrependimento
sincero.
O Amor de Deus jamais nega compaixão ao réprobo.
Ninguém
pode alegar que “não sabia”, pois os alertas e avisos começaram há
milênios, pela consciência. Continuam e serão válidos e ativos para
sempre.
Provérbio chinês aconselha: Podemos escolher o que plantar, mas somos
obrigados a colher o que semeamos.
Os
espíritas fazem coro: “A plantação é livre, mas a colheita é
obrigatória...”.
Para a
quitação não bastam arrependimentos... Indispensável a reconstrução,
pelos faltosos diante das Leis de Deus, do que tenham destruído e então,
com resignação, corrigirem suas faltas, o que poderá acontecer em uma ou
mais reencarnações — quantas sejam necessárias —, concedidas pela
Misericórdia do Pai Maior.
Diante
da firme decisão do arrependido em busca da quitação, essa é a hora que
a Bondade do Supremo Criador lhe coloca à disposição os meios
necessários, com alternativas caridosas.
Isso
porque nem sempre a reconstrução poderá ser obtida exatamente como a
dívida foi edificada, o que caracterizaria a “pena de talião, ou “lei de
talião”.
Com aquelas alternativas o devedor terá incontáveis possibilidades de
agir com amor e caridade para com o próximo. É assim que então, perante
a Lei de Deus, o culpado obterá a quitação plena de suas faltas, segundo
lavratura divina no altar da própria consciência, tendo a paz por
companheira.
Exemplo
comovente desse Amor do Pai Maior e da Justiça Divina, e de quitação
geral, temos na narrativa de Pedro, apóstolo de Jesus, comentando sobre
as bênçãos da caridade: Acima de tudo cultivai, com todo o ardor, o
amor mútuo, porque o amor cobre uma multidão
de pecados (I
Pedro, 4-8).
A
lei de talião, também dita pena de talião, consiste na
rigorosa reciprocidade do crime e da pena —
apropriadamente chamada retaliação. Na perspectiva da
lei de talião, a pessoa que fere outra deve ser
penalizada em grau semelhante, e a punição deve ser
aplicada pela parte lesada. (Nota da Wikipédia, a
enciclopédia livre) |