Em setembro de 1976, Chico Xavier recebeu a visita do
médium Luiz Antônio Gasparetto, então com 26 anos e
recém-formado em Psicologia. O jovem deixava os
espectadores boquiabertos. Depois de pintar vários
artistas, a pintura mais demorada chegou ao fim com uma
assinatura ilustre: Van Gogh. intitulada Flores,
e repleta de cores berrantes, demorou cinco minutos para
aparecer diante dos olhos marejados de Chico Xavier:
– Sempre que vejo certas flores espirituais, o miosótis, por
exemplo, sinto as vibrações que emitem e não posso conter as
lágrimas.
Para encerrar, Gasparetto decidiu usar os pés. Após espalhar
tinta em seus dedos, ele colocou na tela a figura de uma
mulher. Senhora era o título. Picasso, a assinatura.
Em seguida, Gasparetto, ou melhor, Toulouse-Lautrec, decidiu
conversar com o anfitrião.
Após os cumprimentos, Toulouse deu o seu recado:
– Embora haja muita pintura no mundo, nossa missão é alegrar
mais a vida comprovando sobretudo que a morte não existe, que
nós continuamos, que a vida continua. Combinamos as tintas e o
quadro sai. Os incrédulos deveriam ver isso para saber que não
morremos. Mas os estúpidos nem vendo creem.
Toulouse, sem papas na língua, fez até uma inconfidência sobre o
guia de Chico. Emmanuel estava estudando com ele "teoria da
pintura terapêutica de elevação". Chico não tinha tempo para
cursos de pintura.
Do livro As vidas de Chico Xavier,
de Marcel Souto Maior.
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