A casa acolhedora
(...) Então Jesus disse a Simão: "Não tenha medo; de
agora em diante você será pescador de homens". (Lucas
5:10.)
A Casa Espírita é um ancoradouro das almas em
sofrimento. Regra geral, os que lá aportam estão
necessitados do apoio que venha minimizar suas
angústias. Sempre a dor e o sofrimento são
os indicadores que levam as criaturas a procurar ajuda
na Casa Espírita.
A propósito, citamos texto do escritor e psiquiatra
Viktor Frankl, do livro Em Busca de Sentido, pg.
3: “A vida é sofrimento, e sobreviver é encontrar
significado na dor, se há, de algum modo, um propósito
na vida, deve haver também um significado na dor e na
morte. Mas pessoa alguma é capaz de dizer o que é este
propósito. Cada um deve descobri-lo por si mesmo, e
aceitar a responsabilidade que sua resposta implica”.
Esse trabalho de acolhimento, tão nobre e edificante,
faz parte das atribuições dos trabalhadores da Casa
Espírita, que seguem o Evangelho de Jesus como o caminho
de luz a ser percorrido por todos nós. É importante
ressaltar que aqueles necessitados precisam ter
consciência de que a transformação pessoal é que
lhes trará a cura dos males que os afligem.
Como sabemos, a "semeadura é livre, mas a colheita é
obrigatória". Pela lei de causa e efeito, estamos todos
envolvidos pela misericórdia de Deus, que nos faculta em
cada reencarnação resgatar os erros do pretérito. Esse
acolhimento e o tratamento realizado despertam as
consciências adormecidas e descortinam horizontes de
luz, até então despercebidos por muitos que buscam
auxílio na Casa Espírita.
Nesse processo é preciso que haja antes de tudo vontade para
o enfrentamento daquilo que os atormenta, aliada à fé e
à esperança no êxito esperado. Trata-se, também, do
esforço pessoal de cada um buscando o melhoramento no
âmbito dos pensamentos que induzem ao comportamento
diário. É nesse mergulho interior que encontrarão as
mazelas da alma que fustigam suas vidas, cujas
repercussões negativas atingem a saúde física e mental.
Com a intenção precípua de praticar a caridade, estamos
sempre acolhendo “almas” sofridas e carentes do
Evangelho de Jesus, que virá trazer a elas a resignação,
o consolo e o caminho necessário para o aprendizado na
escola da vida no orbe terrestre.
No labirinto que emoldura os segredos do Espírito é que
resplandecerá a luz que falta para que seja alcançada a
desejada depuração. Sem essa busca interior de nada
adianta o esforço dos que fazem a Casa Espírita, já que
possuem como função orientar e auxiliar a renovação
interior do paciente sob tratamento. É nesse caminhar
árduo e contínuo que surgirá a libertação das algemas
que criamos para nós mesmos.
Reportamo-nos, por oportuno, ao livro O Centro
Espírita, Editora Paidéia, pg.45, de J. Herculano
Pires: “O Espiritismo nos consola como o fez o Cristo,
provando aos seus discípulos que cada um de nós é um ser
imortal, de natureza divina, que nasce para morrer, pois
a morte é o fim do aprendizado terreno, de maneira que
morremos para ressuscitar em plano superior, a fim de
prosseguirmos a nossa evolução em condições mais
favoráveis”.
O Centro Espírita Caminhando Para Jesus, ao completar 72
anos de existência, no dia 21 de junho, realiza o seu
papel altruísta à luz do Evangelho de Jesus, no contexto
da Doutrina dos Espíritos que nos revela, consola
e redime. (Na
vida escolhemos as sementes e, mais adiante, a
responsabilidade cobrará a colheita.)