Entrevista

por Orson Peter Carrara

Jogos didáticos doutrinários facilitam o ensino do Espiritismo

Nascido em Guaratinguetá (SP) e residente em Franca (SP), com formação em Pedagogia pela UNIFRAN e em História pela UNESP, ambas em Franca, Adail do Couto Diniz (foto) é mestre em Historiografia e educador musical da APAE e de várias escolas particulares de sua cidade. Sem vínculo específico e direto com alguma instituição da cidade, todo seu trabalho ao longo do tempo se deu no Templo Espírita Vicente de Paula.

Além de suas atividades, ele tem-se dedicado também, nos últimos anos, à produção de jogos pedagógicos doutrinários e interativos para divulgar o Espiritismo junto às crianças e aos coordenadores das aulas de Evangelização Infantil nas instituições espíritas.

Sobre esse trabalho, ele nos concedeu a seguinte entrevista:

 

Como surgiu o foco para produção desses jogos?

Surgiu na década de 1990 em uma situação de inspiração mediúnica. Fiz um esboço de um circuito no tabuleiro de papel representando o mundo material e o mundo espiritual. A ideia era mostrar que os bons valores e as boas atitudes de um encarnado o levariam a uma situação melhor no mundo espiritual. O prêmio final do jogo é a encarnação num mundo melhor – o mundo de regeneração. Esse é o roteiro do jogo da evolução, o primeiro jogo que fiz para o público espírita.

Qual critério pedagógico tem norteado a montagem desse recurso educativo?

É importante uma apresentação visual atrativa e profissional dos jogos. Não é apenas um fator estético, mas a arte dos jogos precisa representar a profundidade dos seus conteúdos. O tempo médio que um jogo dura também é importante porque eles são usados numa aula de evangelização que tem em média uma hora de duração. A linguagem usada nos jogos não pode ser muito ortodoxa como as da literatura espírita. Claro que nunca nos desviamos do ponto doutrinário, mas usamos outros artifícios para os jogadores chegarem às conclusões que a doutrina expõe. Importante também não deixar o lado competitivo se sobressair na dinâmica do jogo. Os jogos sempre priorizam o aspecto doutrinário.

Do ponto de vista doutrinário, como procura agir para atingir ambos os objetivos: o educativo pedagógico e o doutrinário?

Todo jogo precisa de dois focos – o doutrinário e o lúdico. Esses dois é que determinam a jogabilidade, ou seja, se o jogo é legal ou chato de se jogar. Então sempre procuro um equilíbrio entre esses dois fatores. Estou sempre em contato com a equipe de evangelizadores aqui de Franca. Para mim essa é a fonte para os conteúdos dos meus jogos porque as evangelizadoras são quem estão diretamente em contato com as crianças e adolescentes. Então sempre estou a par dos conteúdos programáticos e das alterações que são feitas e a partir disso baseio as novas criações de jogos.

Atualmente quantos temas têm à disposição?

É difícil fazer essa conta porque no mesmo trabalho focalizam-se vários temas. Mas com certeza os principais temas da doutrina são contemplados com estes jogos, como por exemplo os cinco princípios básicos da doutrina espírita.

Os jogos estão divididos por faixa etária para facilitar os educadores?

Sim, todos os jogos informam a faixa etária. Essa faixa vai de 5 a 100 anos. Interessante que eu tenho também jogos que podem ser considerados ecumênicos cristãos porque podem ser jogados por adeptos de qualquer religião cristã. Por exemplo, presenteei meu vizinho, que é pastor de uma igreja quadrangular, com o jogo sobre as parábolas de Jesus, que são de alcance geral dentro da doutrina cristã. E ele usou com seus alunos da igreja e foi um sucesso. Interessante também que mesmo os jogos para crianças de 5, 6 ou 7 anos atraem bastante os adolescentes e adultos pela forma lúdica com que abordam os conteúdos doutrinários.

Existe uma plataforma virtual de visita para as pessoas conhecerem?

Os jogos podem ser vistos e comprados em vários locais digitais como o Mercado Livre, Elo7. WhatsApp +55 16 99292 7208. No Instagram, Facebook e no Youtube, é só buscar por adailjogopedagogico. Tenho também o website. Para acessá-lo, clique aqui: jogo pedagógico

Quais as repercussões já sentidas com a distribuição desse material?

Neste ano de 2023 completo 17 anos de fabricação e comercialização desses jogos. Por terem uma apresentação gráfica de primeira qualidade e um conteúdo doutrinário irretocável, além do aspecto lúdico que envolve demais as crianças e adolescentes a aceitação é 100% satisfatória. Todas as devolutivas que os compradores me dão se referem a uma gratidão e satisfação imensa deles e dos alunos também. Os jogos têm um efeito colateral... Os alunos querem jogar toda semana...

Algo mais que gostaria de acrescentar?

Sempre recebo pedidos para fazer esses jogos em plataforma digital tipo games digitalizados, sabe? Mas nunca me permiti atrair por essa ideia porque o objetivo maior do jogo é reunir as pessoas em volta de uma mesa para jogar, conversar, tirar dúvidas sobre a doutrina e sobre os nossos relacionamentos familiares e grupais. Acho que o mundo digital já está muito incorporado às vidas das pessoas e, claro, tem seus lados negativos e positivos, mas gosto de privilegiar a interação tête-à-tête porque as famílias estão carentes disso.

Suas palavras finais.

Agradeço e parabenizo a revista pelo excelente trabalho feito ao longo dos anos em prol dos valores morais e éticos que a doutrina espírita propõe. Agradeço também a sensibilidade da revista em se interessar pelos recursos lúdicos que podemos utilizar dentro da evangelização espírita.

 

Nota do entrevistador:

Sugerimos aos leitores assistirem também à entrevista virtual, de grande oportunidade, detalhando ainda mais as questões acima. Em vídeo de 41 minutos, a entrevista está disponível no YouTube. Para acessá-la, clique aqui


 

 

     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita