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por José Reis Chaves

 

Demônios são irmãos nossos pouco evoluídos


Por que será que a palavra bíblica grega “daimon” (“daimones” no plural), alma ou espírito, com o tempo, passou a significar espírito mau?

E era confuso o Espírito Santo Trinitário. Muitos o tinham como uma centelha divina que habita em nosso corpo, mas também, sem negar a presença da alma ou espírito santo que ela é igualmente no seu corpo.

Os trinitaristas usavam, às vezes, contra a Bíblia, o artigo definido ‘o’ diante de Espírito Santo para dizerem que Ele era um só. Já os contrários a isso empregavam antes do Espírito Santo o artigo indefinido ‘um’ (não existente em grego, mas obrigatório para as traduções que o têm), conforme o sentido bíblico, para darem a ideia de que Ele não é um só Espírito, mas o conjunto de todos os espíritos humanos, o que nos leva a crer que esse era também o sentido aceito por Paulo em 1 Coríntios 3: 16; e 6:19, quando afirmou que o Espírito de Deus habita em nós (com o sentido de posse de nosso espírito por Deus e não da sua própria identidade divina). E isso significa mesmo que o Espírito Santo paulino ‘é de Deus’, mas no sentido de posse e não da sua própria identidade divina, mesmo porque Paulo não conheceu o trinitário. (Recomendamos Pastorino em sua monumental obra de 8 volumes “Sabedoria do Evangelho”. E corrobora também essa ideia o fato de Deus estar presente em todo lugar e, de modo especial, em nosso corpo.)

Assim, pois, no pensamento de Paulo, quando ele diz que somos templos do Espírito Santo, ou de Deus, ele queria dizer mesmo é que somos templos de ‘um’ espírito santo e não de o Espírito Santo Trinitário, mesmo porque este só foi criado cerca de 300 anos depois de Paulo. Muitos entendem assim que é o da Terceira Pessoa Trinitária. Mas o significado mais certo é que Ele é uma espécie de substantivo coletivo significando os nossos espíritos, com cada um tendo sua própria identidade. E no princípio da criação da Santíssima Trindade, Ele era entendido por muitos como sendo também Deus, e até hoje há os que assim creem, igualando-o com Cristo (declarado Deus no Concílio Ecumênico de Niceia em 325). O cristianismo tem que ter a coragem de acabar com essa confusão que o faz capengar e estimula o crescimento do materialismo...

E a ideia errada de que os demônios (espíritos humanos) são de outra categoria não humana tem por causa esse confuso e errado significado do Espírito Santo Trinitário de que ele não é o conjunto dos espíritos humanos, como ensina o Espiritismo.

E vêm-nos à mente duas perguntas: se os demônios fossem mesmo de outra categoria de espíritos não humana, consequentemente, Deus os teria criado já maus para eles azucrinarem a nossa vida espiritual sempiterna? E, então, que Deus seria esse?


 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita