Newton Boechat, um dos grandes oradores
espíritas de nosso país
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Newton Boechat, orador e médium espírita
conhecido nacional e
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internacionalmente, nasceu em Apiacá, cidade do
Interior do Estado do Espírito Santo, bem
próximo à divisa com o estado do Rio de Janeiro,
em 25 de julho de 1928 e desencarnou, aos 62
anos, em 1990. |
Foram seus pais Clodomiro Lemgruber Boechat e Himbelsa
Boechat. Recebeu as primeiras letras em sua terra natal,
passando a estudar, a partir dos 10 anos de idade, em
Santo Antônio de Pádua, no estado do Rio, onde concluiu
o curso secundário. O Espiritismo, a essa altura, já
fazia parte de sua existência, pois seu avô, Júlio
Boechat, tinha fama na região pelas curas que efetuava,
sendo notáveis as reuniões mediúnicas que dirigia, com
comunicações psicofônicas e doutrinação de Espíritos.
Por volta dos 17 anos mudou-se para Belo Horizonte,
quando iniciou estudos na área das línguas neolatinas,
em nível superior, graduando-se quatro anos depois.
Através de concurso público foi admitido no antigo
IAPETEC, hoje incorporado ao INSS.
Em Belo Horizonte fez amizade com vários membros
atuantes do Movimento Espírita, tais como César Burnier,
de quem se tornou grande amigo, Rubens Romanelli,
Henrique Rodrigues, Camillo Chaves, iniciando visitas
que se tomaram constantes a Pedro Leopoldo, quando
conheceu Chico Xavier e o Dr. Rômulo Joviano. Nessa
época, também, passou a falar constantemente nas
reuniões públicas do Centro Espírita Luiz Gonzaga,
enquanto o famoso médium mineiro recebia, por
psicografia, as mensagens. Revezava-se, nesse mister,
com Henrique Rodrigues, ficando a dupla de oradores e
grandes amigos conhecida como “Cosme e Damião do
Espiritismo”.
Durante o período de estudos, em Belo Horizonte, fundou,
com grande dificuldade financeira, um jornal, em
parceria com Gustavo Pancrácio, intitulado “A Luz do
Mundo”. Esse jornal, contudo, não passou de 7 edições,
mas nele foi publicada uma entrevista feita por ele com
Pietro Ubaldi, quando este visitou Belo Horizonte e
Pedro Leopoldo, por ocasião do encontro histórico com
Chico Xavier, estando presentes Newton Boechat, Rubens
Romanelli, César Burnier, Clóvis Tavares e outros.
Por volta de 1956 pediu e obteve transferência para o
Rio de Janeiro, onde ficou até aposentar-se. Trabalhava
também como tradutor juramentado, traduzindo textos em
francês, que conhecia como poucos. A partir daí
intensificou conferências por todo o Brasil, fora as
inúmeras participações em reuniões mais íntimas e
informais, as chamadas “reuniões do lar”, às quais
comparecia, em casa de numerosos amigos, sempre expondo
seus pensamentos com palavra clara e didática impecável,
maravilhando os que o ouviam. Obviamente,
destacava-se-lhe a memória prodigiosa, citando com
exatidão o versículo, o capítulo, a página, o livro.
Conhecia tudo de memória. Após sua desencarnação, nenhum
livro foi encontrado em sua residência. Ele os dava aos
amigos, após lê-los. O de que precisava, gravava no
cérebro privilegiado.
A mediunidade mais ostensiva começou a se lhe manifestar
no início da década de 1970, com o surgimento de
vidência e audição espirituais. Por sua faculdade
mediúnica vieram diversos poetas, como Azevedo Cruz,
Auta de Souza, Lobo da Costa, Augusto do Anjos etc.
Viajou por diversos países da América do Sul, tendo
feito palestras no Paraguai, Uruguai, Argentina e também
na Europa, em fins da década de 1970, quando falou em
Portugal, Espanha, Itália e França. Ao todo, realizou
cerca de 7.000 palestras em todo o Brasil, conhecendo e
se tomando amigo de espíritas em diversos municípios
brasileiros. Nada o detinha nessa missão.
Como escritor, além de artigos publicados em periódicos
como Reformador (órgão da Federação Espírita
Brasileira), Obreiros do Bem (da Associação
Espírita Obreiros do Bem), Jornal Espírita e a
Folha Espírita (ambos de São Paulo), publicou as
seguintes obras:
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1. Ide
e Pregai (FEB,
1971)
2. O
Espinho da Insatisfação (FEB,
1980)
3. Do
Átomo ao Arcanjo (Centro
Espírita Casa de Caridade Aureliano, 1984)
4. Na
Madureza dos Tempos |
(1987)
5. Aquém
e Além da Fronteira de Cinzas (1990),
estes três últimos em parceria com Gilberto Perez
Cardoso.
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Desencarnou, subitamente, em 22 de agosto de 1990, com
muitos planos em mente, livros já delineados, no auge do
entusiasmo. Deixou extensa sementeira luminosa de
realizações e amizades e a promessa, manifestada após a
desencarnação, de continuar as tarefas e voltar para
cultivar, em espírito, as sementes que tão bem soube
plantar.
Seu corpo foi sepultado no dia 23 de agosto, no
Cemitério São Francisco Xavier, no Caju, Rio de Janeiro,
tendo comparecido ao local diversos familiares e
inúmeros amigos.