Joias da poesia
contemporânea

Autor: Leandro Gomes de Barros

 

Droga na cantiga

 

Cantando por encomenda

Do apreço de muita gente,

Assunto dos mais difíceis

Tenho hoje pela frente:

A droga em veneno doce

Na vida do adolescente.

 

Amigos, além da morte

Lastimam a derrocada…

Tanto rapaz quase louco,

Tanta menina largada!…

São milhares de esperanças

Que vão caindo na estrada.

 

Por que tanta gente moça

Atolada em cocaína?

Tanto grupo de maconha

Traficando em tanta esquina?

Pensando nisso, sem Deus,

Qualquer sábio desatina.

 

No estudo assim tão difícil,

É preciso ponderar:

Essa fuga para as drogas

Onde é que foi começar?

As raízes do problema

Estão por dentro do lar.

 

Examinando a questão,

Quando nela me concentro,

No homem, vejo a fachada,

Na mulher, encontro o centro;

O homem lida por fora,

A mulher constrói por dentro.

 

Para achar as grandes mães,

Não preciso luz acesa,

A Terra deve à mulher

A sua própria grandeza,

Mãe, esposa, irmã e filha

São luzes da natureza.

 

Entretanto, antigamente,

Nossas mães em maioria

Suportavam sofrimento

Com serena valentia

E pela renúncia delas

O mundo se garantia.

 

Mesmo que o homem trocasse

O amor por perturbação,

A mulher, junto aos meninos,

Era luz e coração,

Aceitando sacrifícios

Tão amargos, tais quais são.

 

Os pequenos, junto delas,

Envolviam-se de amor,

Nossas mães pela criança

Não viam lama, nem dor…

A meninada crescia

Em clima superior.

 

Que o homem se mergulhasse

Em traição a granel,

A mulher, dentro de casa,

Engolia fogo e fel;

Resguardando o próprio lar,

Ao lar, vivia fiel.

 

Mas hoje, muitas irmãs

Se o homem cai uma vez,

Elas procuram distância

Para caírem mais três;

Quando um homem diz: “Eu truco”,

Elas gritam: “Vale seis”.

 

Sempre existiram crianças

Roubadas, tristes, cativas,

No entanto, agora assinalo,

Sem receios e evasivas:

Os meninos que mais sofrem

São os órfãos de mães vivas.

 

Se um homem larga o dever,

Em atitude insincera,

Muita mulher grita logo:

“Fidelidade já era…”

Deixa a casa e perde o nome

Para chamar-se pantera.

 

Sem mãe amiga que a ouça

Nas lutas em que se afoga,

Para as sombras da aventura

A meninada se joga;

A solidão pede fuga

E surgem droga e mais droga.

 

Da mulher é que se espera

Mais atenção com Jesus

Para salvar os mais jovens

Do veneno que os seduz,

Porque homem, - homem mesmo, -

Por si, nunca deu à luz.

 

Do livro Excursão de paz, obra psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.




 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita