Cinco-marias

por Eugênia Pickina

 

Meu pai, nossos pais


As flores dessas árvores depois nascerão mais perfumadas
. Manoel de Barros 


Feliz a criança que tem um pai responsável. Pequena, ela tem seu apoio para crescer confiante, protegida.

Tive um pai responsável na infância. Nossa casa era simples, mas protegida e segura. No dia a dia, apesar dos desafios e do trabalho, arrumava tempo para descascar laranjas e cortar pedacinhos de cana para nós no pomar da fazenda, meus irmãos e eu degustando a vida com entusiasmo, o mundo se revelando para nós e nenhuma pressa.

Quando hoje acompanho adultos nas sessões de psicanálise, claramente reconheço os sinais inequívocos naqueles que foram mal amados, pouco protegidos ou assistidos ou, ainda, não ouviram a voz firme e tranquilizadora de um pai… Estão metidos em feridas profundas e, em consequência, muitos se tornaram cínicos, desconfiados, assustados…

Essenciais são os pais que mantêm o olhar atento nos seus filhos desde o começo da vida, oferecendo sem preguiça vozes e braços. Dividem com a mãe a tarefa de cuidar, amparar, educar, porque sabem que precisam participar ativamente do ninho… E é com esses pais, participativos, que os filhos dividirão, adultos, seus voos certos e incertos, compartilhando com alegria, com segurança, a construção de seus próprios ninhos… E no dia dos pais esses benditos filhos lhes dirão agradecidos: “Feliz Dia dos Pais, meu pai, Deus te abençoe…” 
 
 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita