Infância e limites
“A
educação exige os maiores cuidados, porque influi sobre
toda a vida.” Sêneca
Infância é o primeiro contato da criança com as noções
de que nem tudo será permitido a ela. A partir dessas
noções, ela aprende pouco a pouco que deve respeitar
esses limites e com isso desenvolver responsabilidade e
autonomia.
Quando os pais
gerenciam os limites com clareza e segurança, constroem
para seus filhos um ambiente seguro e que permite a eles
entender que há coisas que não poderão fazer.
Muita gente me
pergunta: mas limite na infância serve para quê?
O limite engloba
algumas funções. Em primeiro lugar, ensina a criança a
lidar com a frustração. É na infância que esse treino
deve ser feito, para evitar que esse processo se torne
doloroso na adolescência e na vida adulta.
Em segundo lugar,
os limites auxiliam os pais a entenderem e agirem de
maneira eficiente em ataques de birra. Ao estabelecer
limites, eles não cedem às crises de birra da criança e
não reforçam esse comportamento como sendo eficiente.
Mas e quando
ocorre a birra?
No dia a dia, e no
aprendizado dos limites, a birra poderá acontecer, pois
ela é o recurso máximo da criança. Os pais, no entanto,
não devem ceder a ela de maneira nenhuma. A criança está
testando limites e, se ultrapassá-los, vai tornar-se um
adolescente imaturo, mimado, malcriado… Portanto, sem
receio, seja firme e perseverante…
Em terceiro lugar,
a existência em casa dos limites incentiva a
independência no desenvolvimento da criança.
Na vida da
criança, a oferta de limites por parte dos pais dará a
ela o hábito de cumprir as regras e a experiência de
observar uma rotina e, por isso, o limite não é
necessariamente (apenas) uma restrição. Ou seja, é
através da convivência com os limites que a criança
consegue atuar no mundo de modo tranquilo e ainda
sentindo-se segura e protegida.
O mais
importante? Os pais, nós todos, precisamos entender e
aceitar a tarefa de ensinar limites a nossos filhos como
um privilégio e um ato de amor, porque é isso que os
tornará pessoas seguras e cidadãos responsáveis, cientes
de que não temos apenas direitos, mas também deveres.