Para ficar mais perto de Deus, multidões começavam a
procurar Chico Xavier em Uberaba, uma megalópole se
comparada à minúscula Pedro Leopoldo. Em julho de 1961,
a Comunhão Espírita Cristã já estava tumultuada. Numa
sexta-feira, cerca de quinhentas pessoas esperavam na
fila por uma "entrevista espiritual" com o porta-voz dos
mortos. Um dos mais ansiosos era o uberabense Augusto
César Vannucci, futuro diretor da linha de shows da TV
Globo. Na época, era apenas mais um homem em crise.
Chico entregou-lhe uma xícara de café. Vannucci viu o
líquido preto assumir consistência leitosa e
embranquecer. Quando bebeu, sentiu um gosto de licor.
Foi tiro e queda: ficou novo. Duas décadas depois,
comandaria uma campanha para dar a Chico Xavier o Prêmio
Nobel da Paz.
Do livro As vidas de Chico Xavier, de Marcel Souto Maior.
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