Desencarnações colectivas: Marrocos
8 de Setembro de 2023, cerca das 23h00, um grande
terremoto em Marrocos levou, de rompante, cerca de 2.500
pessoas para o mundo espiritual, largando, sem contar, o
corpo de carne, pelo fenómeno natural da morte. No
entanto, a vida continua, num plano existencial
diferente, mais diáfano, vibrátil, etéreo, o plano
espiritual.
Como explica a Doutrina dos Espíritos (Espiritismo ou
Doutrina Espírita) estes eventos?
Quando uma catástrofe natural atinge a Humanidade, esta
sensibiliza-se e, esquecendo o orgulho, inveja,
ganância, logo se levantam vários países, comunidades,
oferecendo-se para ajudar a minimizar o sofrimento dos
atingidos.
Nessas alturas, o Homem vai descobrindo o prazer
interior de ser útil, de servir o próximo, sem qualquer
tipo de interesse e, isso, traz-lhe um sentimento do
dever cumprido, ficando
a experiência, como catapulta para novas situações
similares.
Aí, temos o Bem, depositado no seu íntimo,
desdobrando-se, ampliando-se, pela força da vontade e do
livre-arbítrio do ser humano.
Essa é a razão porque uns seres avançam mais depressa do
que os outros, mais egoístas e indiferentes, sem
cogitarem de que, amanhã, podem ser eles os
necessitados, a mendigarem o apoio alheio.
Em “O Livro dos Espíritos”, de Allan Kardec,
encontramos a explicação dos Espíritos superiores,
acerca dos mecanismos da vida terrena e espiritual.
Sendo a Terra um planeta ainda inferior, onde o Mal
supera o Bem, essa Humanidade está numa relação
proporcional à evolução do planeta.
Sendo nós, Espíritos, ainda crianças-espirituais,
estamos num planeta, a Terra, que vai atingindo agora a
sua maturidade, a fim de, amanhã, receber novos
Espíritos, mais dedicados ao Bem, mais evoluídos, mais
fraternos, compreensivos e tolerantes, auxiliando-se
mutuamente, nas necessidades mundanas.
Esses tempos não poderiam ser possíveis sem a
reencarnação – hoje em dia uma Lei da Natureza,
cientificamente comprovada –
e é através dessa dinâmica, que se afastam
gradativamente da Terra os Espíritos belicosos,
(reencarnando noutros planetas inferiores, mais afins
com o seu íntimo) e, reencarnarão na Terra, outros
Espíritos, mais evoluídos nas mais variadas áreas do
conhecimento, comprometidos com o Bem comum. Esses,
serão os dirigentes do futuro a médio prazo, os
decisores políticos, os empresários e, paulatinamente, a
Humanidade vai-se regenerando, trazendo à Terra melhores
condições de vida.
Nestas alturas, o Homem vai descobrindo o prazer
interior de ser útil, de
servir o próximo, sem qualquer tipo de interesse e,
isso, traz-lhe um sentimento do dever cumprido.
Muitos dos Espíritos que reencarnaram, endividados, com
a consciência pesada por erros de outras vidas,
solicitaram programas reencarnatórios onde pudessem
expiar as dores de alma, a consciência de culpa que
trazem de vidas passadas, quase sempre na essência, numa
relação directa com aquilo por que escolhem passar, a
fim de se libertarem da culpa e, possam então, continuar
na evolução espiritual, degrau a degrau.
Se a Lei de Causa e Efeito rege as nossas vidas, num
automatismo perfeito e justo (sem castigos ou prémios), muitos
dos horrores que acontecem na Terra, derivam também do
orgulho, vaidade, egoísmo, ganância e indiferença dos
responsáveis, relativamente aos seres humanos, ao
bem-comum.
Veja-se o Japão, onde um sismo com igual magnitude
dificilmente conduziria a tal desastre, por ter uma
mentalidade onde o bem comum está em primeiro lugar.
Colocando a inteligência ao serviço da Sociedade,
instituíram-se normas rigorosas de construção
antissísmica que, se existem no Japão, poderiam e
deveriam ser implementadas em todo o mundo e, quiçá,
hoje não estaríamos a lamentar a partida forçada para o
mundo espiritual, de cerca de 2.500 pessoas, com grande
sofrimento.
Passando pelas dificuldades, o Homem busca a necessidade
de evoluir, de se defender e, ao fazê-lo, fá-lo-á aos
demais componentes da Sociedade.
Encontramos essas considerações, na Lei de Destruição e
na Lei de Sociedade, em “O Livro dos Espíritos”
acima citado.
Quando o Homem não evolui pelo Amor, pela prática do
bem-comum, inevitavelmente acaba por evoluir pela dor,
mola propulsora da evolução que, é inevitável na
Humanidade.
Apesar da dor dos familiares, amigos e conhecidos, os
falecidos não estão mortos, estão apenas desencarnados
(fora do corpo de carne), continuando as suas vidas no
mundo espiritual, tão real e organizado como o nosso,
num ir e vir regular que, nos empurra na escada da
evolução.
Compete-nos o dever humanitário do apoio, da caridade,
do amparo, da solidariedade a todos os níveis, das
nossas preces que suavizam as almas que partiram e as
que ficaram, a fim de que cada um supere rapidamente e
bem, as dores de agora que, se compreendidas dentro da
dinâmica da imortalidade, comunicabilidade dos Espíritos
e da reencarnação, serão minimizadas e, rapidamente
superadas, pelo entendimento dos ditames da vida do ser
humano, na Terra e no mundo espiritual.
“Nascer, morrer, renascer ainda, progredir sem
cessar, tal é a Lei.”
José Lucas reside em Óbidos, Portugal.
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