Nossa casa planetária: sustentabilidade e
reencarnação
Vivemos no planeta Terra, e disso não há quem duvide,
portanto, podemos afirmar que a Terra é a nossa casa
enquanto aqui estamos temporariamente vivendo a aventura
da experiência humana. Toda casa requer cuidados na sua
manutenção, limpeza, organização, pois se assim não
acontecer o ambiente pode se tornar difícil para seus
moradores. Sujeira, vazamentos, bagunça, retratam uma
casa em más condições para habitação de uma família,
podendo gerar doenças, assim como a deterioração física
significa risco de incêndio, de desabamento. Diante
disso, todos sabemos que o melhor é cuidar da casa e, se
for o caso, fazer reformas de tempos em tempos. O uso
excessivo com forte desgaste, sem a devida manutenção,
arruína a casa e atinge diretamente seus moradores. Ora,
o que devemos fazer com a habitação, referência de uma
família, é o que devemos fazer com o planeta, referência
da humanidade.
Na medida em que esgotamos os recursos naturais
oferecidos pelo planeta, numa exploração sem limites,
assim como poluímos os ambientes que sustentam a vida,
tornamos a casa planetária lugar cada vez mais difícil
de habitar, o que nos leva a um raciocínio simples, mas
muito importante: temos que cuidar da nossa casa
planetária, não apenas para nós, no hoje, mas igualmente
para as futuras gerações, no amanhã. Saber utilizar os
recursos com equilíbrio, apenas dentro das necessidades,
sem prejudicar a renovação natural dos mesmos, é ação de
bom senso, de responsabilidade. É aqui que entendemos a
necessidade de sustentabilidade: “capacidade de uso
consciente dos recursos naturais sem comprometer o
bem-estar das gerações futuras, com o objetivo principal
de encontrar equilíbrio entre o desenvolvimento
econômico e a preservação ambiental.” Em outras
palavras, e para deixar bem claro: "sustentabilidade
refere-se ao princípio da busca pelo equilíbrio entre a
disponibilidade dos recursos naturais e a exploração
deles por parte da sociedade. Ou seja, visa a equilibrar
a preservação do meio ambiente e o que ele pode oferecer
em consonância com a qualidade de vida da população."
(definições encontradas na internet).
Os Espíritos Superiores, em O Livro dos Espíritos,
nos informam que todo supérfluo, todo excesso, é
prejudicial, não apenas para o indivíduo, mas também
para a coletividade e para o planeta. E a ciência
corrobora esse enunciado através de pesquisas e fatos,
alertando-nos para os efeitos nocivos do desmatamento
das florestas, da poluição dos rios e mares, da emissão
de gases tóxicos na atmosfera, da exploração irracional
de minérios, e outros fatores que desequilibram a
natureza e afetam os seres humanos e as outras espécies
de vida que também habitam a Terra. As chuvas
torrenciais provocando grandes enchentes, as altas
temperaturas trazendo incêndios florestais devastadores,
o derretimento das calotas polares, são alguns dos
fenômenos que podemos classificar como consequentes do
uso inconsciente dos recursos naturais. Preservar o meio
ambiente é gerar vida. Isso não implica em se posicionar
contra o desenvolvimento econômico e tecnológico, mas
entender a necessidade de equilíbrio entre produção,
consumo e meio ambiente.
Essa necessidade está intimamente ligada à reencarnação,
cujo objetivo é dar ao espírito, que todos somos,
oportunidade de aperfeiçoamento intelectual e moral para
continuidade de sua caminhada rumo à perfeição, ou seja,
um dia alcançar o status de espírito puro, ou perfeito,
cujo modelo para nós é Jesus Cristo. A crença na
reencarnação implica reconhecer que já tivemos
existências anteriores, e que ainda voltaremos a ter
novas existências aqui na Terra. Fizemos parte das
gerações passadas e faremos parte das gerações futuras.
Aqui precisamos nos perguntar: que planeta queremos
encontrar quando da nossa próxima encarnação? Ou em
outras palavras: como queremos encontrar a casa
planetária que mais uma vez vai nos abrigar na vida
física? A resposta a essa indagação está nas ações que
estamos realizando hoje e que afetam a natureza, o meio
ambiente, pois toda ação é acompanhada de consequências,
cujos efeitos podemos não verificar de imediato, mas com
certeza verificaremos ao longo do tempo, significando
que vamos colher os frutos dessa ação na nossa próxima
encarnação.
Sustentabilidade e reencarnação estão intimamente
ligadas. Somos construtores de nós mesmos na jornada
evolutiva, implicando essa constatação em saber cuidar
do planeta que, na verdade, não nos pertence, sendo
empréstimo divino, e do qual temos que prestar contas do
uso que dele fazemos.
Se as condições de vida estão extremas ou em
desequilíbrio, não reclamemos de Deus, e sim de nós
mesmos. Quando a casa está alugada, a conservação do
imóvel pertence ao inquilino, que pagará pesada multa
se, ao final do contrato, devolver a casa em condição
pior do que quando a recebeu. Assim também funciona a
lei divina, que é lei de causa e efeito. Pagaremos a
multa na próxima encarnação, arcando com as
consequências do que fizemos nesta existência, e tendo a
missão de restaurar o planeta, o que ficará na
dependência do uso que fizermos do livre-arbítrio.
Por tudo isso, temos uma única conclusão: é muito melhor
preservar do que destruir; é muito melhor utilizar os
recursos com moderação e equilíbrio, do que sofrer por
falta de recursos. Se assim procedermos, não
precisaremos ficar preocupados com o futuro
reencarnatório, e é muito melhor ter paz de espírito e
consciência tranquila.
Marcus De Mario é escritor, educador,
palestrante; coordena o Seara de Luz, grupo on-line de
estudo espírita; edita o canal Orientação Espírita no
YouTube; possui mais de 35 livros publicados.
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