Elucidações de Emmanuel

por Francisco Cândido Xavier

  

Além do corpo físico


Depois da morte do corpo:

A frase amiga que houvermos proferido no estímulo ao bem será um trecho harmonioso do cântico de nossa felicidade.

A opinião caridosa que formulamos acerca dos outros converter-se-á em recurso de benignidade da Justiça Divina, no exame de nossos erros.

O pensamento de fraternidade e compreensão com que nos recordamos do próximo transformar-se-á em fator de nosso equilíbrio.

O gesto de auxílio aos irmãos de nosso caminho oferecer-nos-á farta colheita de alegria.

Mas, igualmente, além do túmulo:

A maledicência que partiu de nossa boca será espinheiro a provocar-nos dilacerações de ordem mental.

A nossa indiferença para com as amarguras do próximo nos aparecerá por geada desoladora.

A nossa preguiça surgirá por gerador de inércia.

A nossa possível crueldade exibirá, na tela de nossas consciências, a constante repetição dos quadros deploráveis de nossos delitos e de nossas vítimas, compelindo-nos à demora em escuras paisagens purgatoriais.

A morte é o retrato da vida.

A verdade revelará na chapa do teu próprio destino as imagens que estiveres criando, sustentando e movimentando no campo da existência.

Se desejas alegria e tranquilidade, além das fronteiras de cinza do sepulcro, semeia, enquanto é tempo, a luz e a sabedoria que pretendes recolher, nas sendas da ascensão espiritual.

Hoje — plantação, segundo a nossa vontade.

Amanhã — seara, conforme a Lei.

Se agora cultivamos a treva, decerto encontraremos, depois, a resposta respectiva.

Se, porém, semearmos o amor e a simpatia onde nos encontramos, indiscutivelmente, mais tarde, penetraremos a luz e a beleza da imortalidade vitoriosa.

 

Do livro Plantão da paz, obra psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.



 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita