Joias da poesia
contemporânea

Autor: Manoel Monteiro

 

A porta

 

Se trabalhas na porta,

Ao acolher alguém,

Oferta de ti mesmo

A mensagem do bem.

 

A porta aberta exige vigilância,

Justo pensemos nisso;

A prudência, entretanto, não exclui

Atenção e serviço.

 

Frequentemente aquele que te busca,

Ainda mesmo quando não te agrade,

É um companheiro que procede, em crise,

Da terra triste da necessidade.

 

Viajores, pedintes, consulentes

Nem sempre se revelam como são…

Muito Espírito nobre do caminho

Traz cravadas no peito as marcas da aflição.

 

A porta unida à rua

É um dos pontos mais santos que há no lar;

Se te dispões a receber quem chama,

Exerce o privilégio de ajudar…

 

Fôssemos nós da fila dos que passam

Na longa e desditosa caravana,

Quanto agradecimento a quem nos desse

Leve parcela de ternura humana!

 

O olhar de compreensão, o sorriso de paz,

O entendimento, uma palavra boa,

São migalhas de amor que enaltecem a vida

E que a vida abençoa…

 

Crês na esperança como crês no Céu,

Dizes que a caridade te conforta,

Não negues, desse modo, a quem te pede auxílio

A bondade na porta.

 

Do livro Poetas redivivos, obra psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.


 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita