O que dizem os espíritas dos próprios
espíritas?
É cada dia mais comum no que se refere aos espíritas ler
colocações semelhantes como as que estão inseridas
abaixo, entre aspas.
"Como pode um espírita concordar com isso?"
"Como pode um espírita passar pano para aquilo?"
Poderíamos ficar horas aqui proferindo frases sobre o
que dizem os espíritas dos próprios espíritas.
Pois sim, senhores, sinto informar que os espíritas não
são seres programados a ter opiniões iguais sobre os
mais variados assuntos em pauta na sociedade.
O próprio conceito que o Espiritismo abraça, das
múltiplas existências, coloca o espírita, por meio das
inúmeras experiências vividas, em caixas de opiniões
diferentes uns dos outros.
E isso é normal, ao menos deveria ser.
Quando Kardec traz a tese da comunhão de pensamentos
para as reuniões espíritas sérias ele, definitivamente,
não queria dizer igualdade entre o pensar, mas
concordância em temas essenciais, e nos essenciais,
convenhamos que os espíritas concordam. 10 entre 10
espíritas dirão, por exemplo, que advogam ideias como
reencarnação, comunicabilidade dos Espíritos, Deus,
superioridade moral de Jesus diante da humanidade
terrena e por aí vai.
Existem divergências doutrinárias? Sim, algumas, mas não
nos temas essenciais citados acima.
Penso que as divergências mais salientes entre os
espíritas estão no campo social.
O que assusta, porém, não é a divergência em si, mas a
agressividade que os espíritas dedicam uns aos outros
quando ocorrem as discordâncias.
Se for no campo político, então, salta aos olhos todo
ódio armazenado.
O mais engraçado, nem sei se este seria o termo
adequado, é observar as justificativas para atacar o
outro.
São as mais estapafúrdias possíveis, talvez, para
aplacar a consciência por odiar alguém, haja este
mecanismo de defesa em justificar o mal querer.
Renuncia-se sem escrúpulos ao sábio conselho do Espírito
Verdade:
“Espíritas, amai-vos, este o primeiro mandamento, e o
segundo será instruí-vos”.
Percebam que o amor vem antes da instrução.
Eu há muitos anos que não me admiro com mais nada, nem
com as minhas sucessivas besteiras, imagine com as
alheias.
Trago algo muito forte que me poupa das surpresas: - O
impossível é Deus errar!
E assim vamos caminhando e aprendendo...