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por Wellington Balbo

 

O que dizem os espíritas dos próprios espíritas?

 

É cada dia mais comum no que se refere aos espíritas ler colocações semelhantes como as que estão inseridas abaixo, entre aspas.

"Como pode um espírita concordar com isso?"

"Como pode um espírita passar pano para aquilo?"

Poderíamos ficar horas aqui proferindo frases sobre o que dizem os espíritas dos próprios espíritas.

Pois sim, senhores, sinto informar que os espíritas não são seres programados a ter opiniões iguais sobre os mais variados assuntos em pauta na sociedade.

O próprio conceito que o Espiritismo abraça, das múltiplas existências, coloca o espírita, por meio das inúmeras experiências vividas, em caixas de opiniões diferentes uns dos outros.

E isso é normal, ao menos deveria ser.

Quando Kardec traz a tese da comunhão de pensamentos para as reuniões espíritas sérias ele, definitivamente, não queria dizer igualdade entre o pensar, mas concordância em temas essenciais, e nos essenciais, convenhamos que os espíritas concordam. 10 entre 10 espíritas dirão, por exemplo, que advogam ideias como reencarnação, comunicabilidade dos Espíritos, Deus, superioridade moral de Jesus diante da humanidade terrena e por aí vai.

Existem divergências doutrinárias? Sim, algumas, mas não nos temas essenciais citados acima.

Penso que as divergências mais salientes entre os espíritas estão no campo social.

O que assusta, porém, não é a divergência em si, mas a agressividade que os espíritas dedicam uns aos outros quando ocorrem as discordâncias.

Se for no campo político, então, salta aos olhos todo ódio armazenado.

O mais engraçado, nem sei se este seria o termo adequado, é observar as justificativas para atacar o outro.

São as mais estapafúrdias possíveis, talvez, para aplacar a consciência por odiar alguém, haja este mecanismo de defesa em justificar o mal querer.

Renuncia-se sem escrúpulos ao sábio conselho do Espírito Verdade:

“Espíritas, amai-vos, este o primeiro mandamento, e o segundo será instruí-vos”.

Percebam que o amor vem antes da instrução.

Eu há muitos anos que não me admiro com mais nada, nem com as minhas sucessivas besteiras, imagine com as alheias.

Trago algo muito forte que me poupa das surpresas: - O impossível é Deus errar!

E assim vamos caminhando e aprendendo...


 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita