Cinco-marias

por Eugênia Pickina

 

Criança manipuladora? Qual o papel dos pais para evitar esse (mau) hábito 

 

A educação exige os maiores cuidados, porque influi sobre toda a vida. Sêneca 

 

Você logo percebe na sua vida adulta quem é manipulador. E a pergunta honesta: você quer criar um filho assim? 

Muitos de nós nos espantamos com o “talento” que algumas crianças têm para manipular os adultos e… outras crianças. Elas se queixam, fazem “cara feia” e insistem até à exaustão com o propósito de “levar a água ao seu moinho”.

Todas as crianças desde cedo tentam controlar os pais. Gradativamente notam que algumas estratégias são eficazes e não hesitam em lançar mão delas. Procuram descobrir os pontos fracos e testam os limites dia a dia. Vão tateando e, se não lhes forem impostas regras, continuam buscando romper barreiras e para alcançar o que desejam, transformando-se em crianças provocadoras, tiranas e insatisfeitas.

Na realidade, quando as regras não são claras ou estão constantemente a mudar, cria-se uma grande confusão na cabeça da criança em casa e que pode aumentar a tendência do filho pequeno para a manipulação.

Como lidar com a manipulação?

Evite recorrer à chantagem ou à compensação como forma de controlar o seu filho. É um desserviço pedagógico e envia à criança uma mensagem equivocada. Os pais precisam ter em mente que as crianças aprendem por imitação. Fale com a criança e explique a ela de modo claro o que espera que ela faça. Estimule-a no sentido de aprender a decidir. Dê-lhe várias opções e peça-lhe que se decida apenas por uma.

Frente a uma birra, não se deixe intimidar. Deixe que seu filho grite, reclame, esperneie. No final, converse com ele calmamente e explique de modo claro, numa linguagem acessível à idade dele, que não é agindo dessa forma que vai conseguir atingir os objetivos – e que dormir sem tomar banho ou tomar o sorvete antes do almoço são coisas inegociáveis, por exemplo. 

No dia a dia? É preciso de modo repetido tomar as rédeas da criação do filho. Ajudar a criança a compreender para obedecer a um “sim” e a um “não” é um ato de amor, que a prepara para a vida e para o mundo, que nem sempre conspira a favor de nossos desejos…

Óbvio que a criança precisa se sentir segura, vista, validada pelo adulto (o pai e a mãe, sobretudo), e cabe ao adulto oferecer a ela bons exemplos de conduta, recusando lhe facilitar a manipulação como um meio de alcançar as coisas. É o adulto quem orienta. E a paciência é essencial no processo de desenvolvimento para que a criança entenda gradativamente que a manipulação não é o melhor caminho para escolher.


 
 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita