Certa vez a dra. Marlene Nobre perguntou a Chico Xavier
se é mais fácil deixar de fumar no plano físico ou no
plano espiritual?
O fumo, disse-lhe Chico Xavier, nas esferas de recursos
condensados para a sustentação de hábitos humanos, em derredor
do plano físico, é constituído por agentes químicos semelhantes
àqueles que integram o fumo no campo dos homens. E, em se
tratando de costume nocivo da entidade espiritual, tanto
encarnada quanto desencarnada, tão difícil é a erradicação do
hábito de fumar na Terra quanto nos círculos de atividade
espiritual que a rodeiam, no que tange às sensações de ordem
sensorial. Com apenas ligeiras restrições, quase todos os países
do mundo admitem o consumo social e a promoção do fumo, tendo em
vista sua vultosa contribuição para o erário em forma de
impostos, empregos etc.
O que é mais importante: as racionalizações baseadas na
predominância de valores econômicos que aumentam a riqueza de
uma sociedade, ou a preservação de outra riqueza, a representada
pela saúde humana?
O assunto é complexo, de vez que somos impulsionados, pelo
espírito de humanidade, a considerar que o fumante arruína as
possibilidades unicamente dele mesmo, requisitando, de modo
quase que exclusivo, o manejo da própria vontade para
exonerar-se de um hábito que lhe estraga a saúde. Partindo do
princípio de que o uso do fumo se relaciona com a liberdade de
cada um, indagamos de nós mesmos: não será mais compreensível
que o homem pague ao seu grupo social essa ou aquela taxa de
valores econômicos, pela permissão de usar uma substância
unicamente nociva a ele próprio, aumentando a riqueza comum, do
que induzi-lo a uma situação de clandestinidade a que se
entregaria fatalmente o fumante inveterado, sem nenhum proveito
para a sociedade a que pertence?
Como vemos, é fácil observar que a supressão do tabagismo é um
problema de educação individual, com sólidos fundamentos no
autocontrole.
Do livro Lições de Sabedoria, de Marlene Rossi Severino
Nobre.
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