A importância das viagens de Saulo de
Tarso
Quando Saulo de Tarso foi até Jerusalém, após sua
conversão na estrada de Damasco, procurou Pedro para
conversar e pegou uma cópia dos manuscritos de Levi
(Mateus), pois era um dos poucos que sabia ler e
escrever, já que tinha sido coletor de impostos.
Saulo percebeu que o conhecimento moral dos ensinos de
Jesus não poderia ficar restrito à religião judaica,
deveria ser propagado a outros povos. De posse desses
manuscritos, Saulo se isolou no deserto em meditação
durante um tempo e quando retornou decidiu pregar por
conta própria aquele ensinamento.1
Saulo era de uma família de posses e tinha sido educado
para ser sumo sacerdote. Era um homem muito culto,
dotado de um intelecto incomum. Falava latim, o grego, o
hebraico e o aramaico e dessa forma não tinha
dificuldades em se comunicar no Oriente Médio com as
pessoas que cruzassem seu caminho. Cada viagem realizada
levava vários anos, pois ele ia e voltava às cidades de
acordo com a necessidade.
Realizou ao longo da sua peregrinação quatro longas
viagens para divulgação do Evangelho, onde sempre
encontrou grandes dificuldades, porém graças à sua
perseverança, temos hoje acesso aos ensinamentos do
Cristo.
Seguindo o exemplo de Pedro, que fundou a Casa do
Caminho, procurava por onde passava fundar uma igreja
cristã primitiva e uma comunidade local, onde os
cristãos poderiam se encontrar para orar e trocar
ideias. Dessa forma, Saulo às vezes preferia fazer
longas caminhadas pelas estradas do Oriente Médio do que
fazer uma viagem costeira de barco pelo mar Egeu, que
seria mais rápida e menos cansativa.1
Pelo fato de Saulo ser cidadão romano, tinha uma grande
facilidade de acesso aos lugares, sendo seu principal
objetivo a conversão dos gentios. As viagens foram
estratégicas, pois ele buscava percorrer as principais
rotas de importantes entrepostos comerciais, para
facilitar a divulgação do cristianismo. Saulo era
inspirado pelo espírito de Estêvão, que procurava
orientá-lo no processo de divulgação nas regiões mais
acessíveis e receptivas ao conhecimento do Evangelho.
Durante suas viagens muitas coisas aconteceram, foi
perseguido, ameaçado de apedrejamento e humilhado
publicamente, mas isso não o esmoreceu. Devido a boa
recepção dos povos pagãos, começou a usar seu nome grego
Paulo, de preferência ao nome judaico Saulo.
Na primeira viagem realizada, foi de Jerusalém até
Salamina na ilha de Chipre, onde realizou pregações. O
êxito de seus esforços missionários nessa ilha
incentivou Paulo a avançar para situações mais
audaciosas.
Ele tinha um grande poder de oratória e conseguia devido
a sua habilidade e conhecimento de converter os pagãos,
quanto os judeus. Discursava para pessoas simples, como
também políticos e pessoas influentes, como foi o caso
do procônsul Sérgio Paulo que estava interessado em
ouvir a pregação de Paulo, ficando maravilhado com a
doutrina do Senhor, em Pafos, cidade na ilha de Chipre.1
Já na segunda viagem, percorreu um longo trecho até
Trôade, na Ásia Menor, onde teve uma visão de um homem
pedindo ajuda e pelo tipo de vestimentas que usava,
deduziu ser da Macedônia. Ele pedia que Paulo fosse até
lá, levar o evangelho para os necessitados.
Pelos lugares onde passava e realizava sua pregação,
procurava organizar uma congregação para não deixar seus
convertidos desorganizados e sem uma liderança. Por esse
motivo estava sempre viajando e nunca permanecia muito
tempo em um local só. Desejava dar atenção às igrejas e
às comunidades por ele fundadas.
Paulo libertou uma médium da influência de um espírito
que a obrigava a praticar a adivinhação e esse fato
revoltou aqueles que se beneficiavam das consultas
mediúnicas, provavelmente pagas. Paulo foi preso e
levado à presença de magistrados, sob a alegação de
estar perturbando a ordem imposta pelos romanos.
Na terceira viagem em Éfeso na Grécia, acabou fazendo
também inimigos, por interesses econômicos em alguns
importantes centros comerciais e religiosos, como o
célebre santuário de Ártemis (Diana), onde ocorreu um
motim, realizado pelos ourives e negociantes
devocionais. A presença de Paulo desviava a atenção do
comércio local para suas pregações. Acabou sendo
obrigado a abandonar a cidade.
Ao retornar a Jerusalém foi preso e apelou ao governador
para ser submetido ao Julgamento de César em Roma, uma
vez que ele era cidadão romano. Dessa forma realiza o
início da sua última viagem encerrando uma longa
trajetória missionária em Roma.
Segundo Emmanuel, no livro Paulo e Estêvão, Paulo
ao ser libertado em Roma, aproveitou para ir até a
Espanha falar do Evangelho, sabendo que Pedro estaria em
Roma e o substituiria com vantagens.
Quando voltou para Roma, foi preso novamente. No final
da sua vida enviou cartas às comunidades por ele
fundadas e morre como mártir do Cristianismo. A firmeza
da sua fé e a convicção irredutível no amor do Cristo
são grandiosas, envolvendo Tigilino, seu carrasco, que,
trêmulo, lamenta ter que decapitá-lo.1
Paulo foi responsável pela propagação do Cristianismo no
lado oriental e ocidental do império romano, despertando
o interesse tanto dos pagãos, como de pessoas influentes
no evangelho do Cristo, além de ser perseguido não só
por motivos religiosos, mas por interferir no comércio
local dos judeus e romanos.
No retorno de Paulo ao plano espiritual, reencontra
antigos companheiros de jornada, como Ananias e
Gamaliel, e nos conta Emmanuel no livro Paulo e
Estêvão, psicografado por Chico Xavier, a surpresa
reservada para Paulo quando notou:
[...] O Mestre estava no centro, conservando Estêvão à
direita e Abigail ao lado do coração. Deslumbrado,
arrebatado, o Apóstolo apenas pôde estender os braços,
porque a voz lhe fugia no auge da comoção.
[...] O Mestre sorriu, indulgente e carinhoso e falou:
� Sim, Paulo, sê feliz! Vem, agora, a meus braços, pois
é da vontade de meu Pai que os verdugos e os mártires se
reúnam, para sempre, no meu reino! 2
Referências:
1) Moura,
Maria Antunes de Oliveira de (Organizadora); EADE -
Livro 1- Mod. II: Rot.12 - Conversão e missão de
Paulo de Tarso; Rot. 13 - As viagens Missionárias de
Paulo de Tarso; FEB.
2) Xavier,
Francisco Cândido; Paulo e Estêvão; 2a parte
- Cap.10: Ao encontro do Mestre; FEB.
3) FEB-TV
(Biografias).
4) Wikipédia
(A Enciclopédia Livre).
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