A natureza, as crianças e os animais
O poeta no ano de 1979 teve a inspiração de formalizar
belíssima letra fazendo alusão ao momento que lá
vivenciávamos. Os mais jovens podem achar estranho o
conteúdo em música, pois os ritmos dançantes visavam
outras harmonizações, bem diferentes do que é tocado
hoje nas rádios, mas passado tanto tempo o assunto
continua em voga.
A melodia continha letra com frases que pinçamos assim:
“...corpos estranhos no ar, silenciosos voadores, quem
sabe olhando o futuro do ano passado, o mar quase morre
de sede no ano passado, os rios ficaram doentes com
tanto veneno, diante da economia, quem pensa em
ecologia, o que será o futuro que hoje se faz, a
natureza as crianças e os animais, quem padeceu de
insônia, com a sorte da Amazônia, na lei do machado o
mais forte do ano passado, não adianta soprar a fumaça
do ar, as chaminés do progresso não podem parar, quem
sabe um museu no futuro, vai guardar em lugar seguro, um
pouco de ar puro relíquia do ano passado, quem briga com
a natureza, envenena a própria mesa, contra a força de
Deus não existe defesa...”
Passados quase 45 anos desde que foi lançada a música,
ainda estamos lutando para a melhoria ambiental em todos
os níveis, o que preocupa a grande maioria dos
habitantes do globo. Mas foi necessário que a natureza
se manifestasse veementemente várias vezes
demonstrando-nos descontentamento efetivo, inclusive com
catástrofes, ceifando vidas, para que o homem empreenda
desenvolvimentos mais eficazes, e valorize mais o que
diz respeito à Natureza.
Até pouco tempo nos importávamos apenas com os vegetais
que geravam lucro financeiro, derrubando frondosas
árvores, procedendo às queimadas. Nem com o ar, nem com
a água nos preocupávamos. Era como se não existisse vida
nesses locais e saíamos desmatando tudo na intenção de
busca por minerais lucrativos ou área aberta para
criação de gado. Alteramos o curso de rios e jogamos
dejetos tóxicos em qualquer córrego, contaminando por
consequência vegetais que nos serviam de alimento.
Agora o mundo se vê obrigado a acordar e encarar o
problema que causamos no passado, restituindo o espaço
que pertence à Natureza. O homem de hoje está pagando
bastante caro o preço da destruição pretérita.
Aproveitemos a visão do poeta, e usemos nosso
livre-arbítrio para corrigir os equívocos e regenerarmos
o planeta.