Artigos

por Altamirando Carneiro

 

Os livros iniciais e a proibição de Moisés

Dá-se o nome de Pentateuco aos cinco primeiros livros da Bíblia, cuja autoria é atribuída a Moisés, embora não haja confirmação de que ele os tenha escrito. São os livros: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio. Esse conjunto de livros é chamado “livro da Lei de Moisés” ou, como é denominado na Bíblia Judaica, Torá.

O livro Gênesis conta como começou tudo o que existe: o Universo, o Homem, o pecado original; sobre o dilúvio, a era patriarcal, as tribos que compõem a história do povo hebreu e sua genealogia.

Êxodo fala sobre a libertação dos judeus no Egito, a fuga, a viagem até o Sinai, a Lei e a Aliança, o tabernáculo e o culto. A figura central do livro é Moisés e o trecho mais conhecido é o que se refere aos Dez Mandamentos – capítulo 20, versículos 1 a 17.

Levítico fala das leis que regulam os rituais de sacrifício e purificação, e agradecimento: a cerimônia de posse dos sacerdotes, leis sobre o uso de animais à mesa, purificação da mulher após o parto e na menstruação; conselhos sobre saúde, cuidados com a lepra, casamentos ilícitos, com penas aos faltosos.

Números. Tem esse nome porque nele há duas contagens dos israelitas: uma, quando saíram do Egito; outra, 40 anos mais tarde, antes de entrarem na Terra de Canaã. Entre os capítulos 1 a 26, é contada a história da caminhada dos israelitas até Cades-Barnéia, no sul de Canaã, onde permanecem por muitos anos, deslocando-se no final para a região montanhosa que fica a leste do rio Jordão.

O livro Deuteronômio registra três discursos de Moisés ao seu povo, sendo que no primeiro ele pede-lhe obediência, conta a história de Israel e os seus objetivos para chegar à Terra Prometida. No segundo, conta a história da legislação, fala ao seu povo dos Dez Mandamentos, relembra a eles as leis editadas anteriormente e lhes fala da necessidade de obediência. No terceiro, fala da promulgação da lei, das tentações pela obediência e dos castigos pela desobediência. Fala ainda da nova Aliança de Deus com o povo, das promessas e misericórdias divinas e da indicação de Josué como seu sucessor.

A proibição de Moisés “contra os adivinhos e feiticeiros” é registrada no capítulo 18, versículos 9 a 14 do Deuteronômio. Essas proibições também estão registradas nos livros Êxodo e Levítico.

Eis o relato da Bíblia de Jerusalém:


Os profetas 
– Quando entrares na terra que Iahveh teu Deus te dará, não aprendas a imitar as abominações daquelas nações. Que em seu meio não se encontre alguém que queime seu filho ou sua filha, nem que faça presságio, oráculo, adivinhação ou magia, ou que pratique encantamentos, que interrogue espíritos ou adivinhos, ou ainda que invoque os mortos; pois quem pratica essas coisas é abominável a Iahweh, e é por causa dessas abominações que Iahweh teu Deus as desalojará em teu favor.

Tu serás íntegro para com Iahweh teu Deus. Eis que as nações que vais conquistar ouvem oráculos e adivinhos. Quanto a ti, isso não é permitido por Iahweh teu Deus. 

 

A razão das proibições de Moisés era preservar o seu povo das idolatrias, e evitar o mau uso das evocações, mesmo porque encontramos na Bíblia inúmeras dessas manifestações espirituais.

O que Moisés condenou foi, portanto, o abuso e o uso indevido da mediunidade. Isso o Espiritismo também desaprova e condena.


 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita