Perder um animal na infância
“A infância é o tempo de maior criatividade na vida de
um ser humano.” Jean Piaget
Aos seis anos, perdi meu primeiro cachorro, o Lulu. Ele
também tinha seis anos e morreu atropelado por um carro
branco (nunca esqueci esse trágico evento).
Para muitas crianças, a perda de um animal de estimação
é o seu primeiro contato com a morte. E é preciso
explicar a situação com clareza e encarar o luto com
calma e sabedoria.
Como a morte faz parte da vida, pois somos todos
criaturas passantes, o ideal é não tornar o assunto um
tabu e, por isso, é importante recordar os bons
momentos, criar um ritual de despedida e manter as fotos
do animalzinho em casa.
De outro lado, os pais devem ter o cuidado para não
providenciar imediatamente um novo animalzinho. Apesar
da saudade, da ausência do animal de estimação, é
preciso vivenciar o luto, estabelecer uma nova rotina e,
principalmente, ensinar às crianças que ninguém é
substituível (isso ajuda o aprendizado sobre afeto,
valores, respeito).
Além disso, quando tentamos substituir um animal de
estimação sem respeitar o processo do luto, banalizamos
a morte e isso certamente causará problemas futuros. Na
realidade, é muito educativo e empático respeitar nossos
sentimentos, os sentimentos de nossos filhos e, ainda,
ajudar as crianças a lidar com essa perda tão dolorosa
com tranquilidade e paciência.
Respeitado um período para o luto, a família poderá se
abrir para um novo animal. A presença de um outro
bichinho trará de volta a alegria na casa e as crianças
ficarão felizes.
Notinha
Um novo animalzinho? Quando a família estiver se
sentindo melhor e a nova rotina já estiver estruturada,
então será possível os pais considerarem adotar um novo
animal de estimação. Há milhares de bichinhos em abrigos
e ONGs. Dessa forma, que tal cuidar muito bem de mais um
bichinho? A família aprende muito quando tem um cão, um
gato, um animal querido em casa…