O purgatório e a divinização de Jesus em
325
O purgatório existe, porém, não é um local, mas um
estado d’alma em que os espíritos ficam,
temporariamente, pelo que equivale ao purgatório e ao
carma dos orientais. E é reencarnando que os espíritos
vão continuar seus acertos cármicos e sua evolução.
Não é estranho que muitos católicos de carteirinha
discordem do que estamos falando, pois os teólogos da
Igreja sempre tiveram muita ojeriza pelas ideias
cármicas orientais, que são as mais verdadeiras. O
excelso Mestre não errou, mas seus seguidores erraram e
muito. Ademais, as discordâncias religiosas foram, são e
serão umas das questões mais comuns na História da
Humanidade, até que, um dia, haja um só rebanho e um só
pastor, como ensinou o Maior dos Mestres.
O pecado é sempre um mal para pessoas, jamais para Deus.
Figuradamente, podemos dizer que Deus não quer o pecado,
pois Ele não quer o sofrimento da vítima do pecado nem
do autor do pecado que vai sofrer colhendo o mal que
semeou, de acordo com a lei de causa e efeito: “Ninguém
deixará de pagar tudo até o último centavo.” (Mateus:
5:26), quando o espírito não vai pagar mais nada. O
grande teólogo do Século VI São Gregório Nanzianzeno não
acreditava, também, num inferno sem fim. E o pagamento
não é castigo de Deus. Aliás, essa palavra castigo vem
do verbo latino “castigare”, que significa,
originariamente, purificar e não punir. Inclusive,
também, a castidade, da mesma etimologia quer dizer
pureza.
Meus leitores assíduos já sabem que o Espírito Santo da
Terceira Pessoa significa todos os espíritos que somos,
no momento reencarnados e depois desencarnados. E é dito
no evangelho que o pecado contra o Espírito Santo (da
pessoa) não tem perdão mesmo nem nesta vida nem em outra
no futuro, o que é uma grande verdade, pois esse pecado
é contra a voz da própria consciência do indivíduo e
que, portanto, ele sabe que se trata de um mal, mas
comete-o, assim mesmo. E esse tipo de pecado, repetimos,
não pode ser perdoado, tem que ser mesmo pago de
qualquer jeito...
E quanto à divinização de Jesus, era comum, no seu
tempo, no Oriente Médio, considerarem deuses os homens
que fossem muito importantes, por exemplo, os
taumaturgos (milagreiros) como no caso de Apolônio de
Tiana. E Jesus, então, nem se fala. E os teólogos, ainda
com o apoio de Constantino, só tinham mesmo que
proclamar Jesus como sendo, também, Deus no Concílio de
Niceia em 325. Aliás, Jesus e todos nós somos deuses
(Salmo 82:6; e João 10:34). Mas somos deuses relativos.
Já Deus mesmo, aquele Pai de Jesus e de todos nós, é um
só (monoteísmo) e é Deus não relativo, mas absoluto e
causa primeira de tudo e, pois, não causada.
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