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Rogério Coelho

 

Quem encontrou o Cristo e O ama, deixa de pertencer-se


Ele é um permanente hino de louvor ao equilíbrio e à paz


“Quem quiser vir após mim, renuncie a si mesmo, tome sua cruz e siga-Me.” 
- Jesus.  (Mt., 16:24)

 

O despojamento do egoísmo, da vaidade, do orgulho, do personalismo e todo sentimento inferior que denote o azinhavre do “homem-velho” é a primeira consequência do feliz encontro da criatura com Jesus.

Não há como conciliar os velhos conceitos que nos infelicitaram por milênios, plasmando aflitivas e dolorosas reencarnações, com os valiosos e alcandorados ensinamentos emancipadores da Alma, esparzidos por Aquele que é a Luz do mundo e que numa superlativa demonstração de altruísmo e renúncia, abandonou por uns tempos o Seu Jardim de Estrelas para ergastular-Se - sacrificialmente - nas densas e venenosas brumas da Terra.

Temos, na atualidade terrena, exemplos de criaturas que trilharam o luminoso “Caminho de Damasco”, tais como: Francisco Cândido Xavier, Madre Teresa de Calcutá, Irmã Dulce e outros tantos... Despojaram-se completamente da própria personalidade, substituindo-a pela do Cristo, vivendo segundo Seus princípios em regime de renúncia pessoal e amor ao próximo.

Viver balizando-nos pelos parâmetros de Jesus é resguardar nossos atos, pensamentos e palavras sob Sua égide, entoando – através do trabalho – um permanente hino de louvor ao equilíbrio e à paz...

Olvidar o Cristo e afastar-se de Suas deliberações é oferecer ensancha às brechas morais que vão engendrar as tragédias, as agressões odiosas, a calúnia, a delinquência, a violência, as ideias suicidas, corolários naturais da existência sem Ele.    

Apartados do Cristo, os pequenos acontecimentos se adensam; diminutas revoltas e contínuas odiosidades vão se somatizando aos poucos, e os desdobramentos nefastos estrugem quais feras famélicas e predadoras, infelicitando a todos...

Segundo o nobre Mentor Marco Prisco[1], “(...) as brechas morais para os pequenos vícios sociais, as mentiras inocentes, as justificativas aos abusos, abrem as portas para as nefárias realizações. Inocente e pequena fagulha pode produzir incêndios vorazes; insignificante vazamento num dique pode levar à destruição da monumental construção da represa...

Não se permita brechas morais negativas!”

Pequenas concessões e descuidadas invigilâncias conspiram contra a harmonia e o natural desenvolvimento de nossas potencialidades espirituais. Saibamos viver albergando Jesus na intimidade de nosso coração, ora transformado em aconchegante manjedoura...

Continua o preclaro mentor Marco Prisco1: “(...) o servidor do bem é íntegro, leal, atuante e nobre em todos os momentos, atestando sempre a excelência dos postulados que o elevam e sustentam.

Perante os frívolos que, apesar de se dizerem espíritas, cultivam a vacuidade, animam a malquerença, e os que choram ao abandono, sofrendo o desamor, decida-se pelos que necessitam da sua presença.

Cada um vive com o que sintoniza e consegue o que lhe apraz. Você já encontrou o Cristo e quem O ama, deixa de pertencer-se”.

Foi por isso que Paulo, o incomparável apóstolo dos gentios, convicto e impertérrito, proclamou com absoluta segurança: “sou prisioneiro do Cristo; já não vivo eu, Cristo é que vive em mim”. (Gálatas, 2:20)  


 


[1] - FRANCO, Divaldo. Momentos de decisão. 3.ed. Salvador: LEAL, 1991, capítulos 20 e 21.


 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita