Natal do Senhor
Mestre Amado e Generoso,
Nas bênçãos de Teu Natal,
Também nós te recordamos
No campo espiritual.
E lembramos, comovidos,
A noite ditosa e bela,
Em que surgiste, exaltando
A manjedoura singela.
Divino Pastor, nascias
Na solidão da pobreza,
Santificando a humildade
Nas luzes da natureza.
E trabalhaste e sofreste
Para as vitórias da luz,
Desde a esperança do berço
Às ironias da cruz.
E embora os Teus sacrifícios
Na lágrima, no suor,
A Terra, Jesus, se veste
De angústia, miséria e dor.
Volta a nós, Pastor Sublime,
Que o redil da humanidade
Se estende aos abismos negros
De ignorância e maldade.
As tuas ovelhas frágeis,
Cansadas de sombra e guerra,
Atropelam-se assustadas,
Ao longo de toda a Terra!
As seitas religiosas,
Que ensinam a divisão,
Fomentam carnificinas,
Envenenando a razão.
A ciência que extermina
Faz do mundo seu vassalo,
Enquanto a filosofia
Prega o bem sem praticá-lo.
Ó Senhor, dá-nos, de novo,
Fidelidade ao dever,
No dom da simplicidade,
No impulso de agradecer.
Que em Teu Natal nós possamos
Recordar com mais fervor
Teus exemplos de renúncia
E as tuas lições de amor.
Concede-nos, Mestre Amigo,
Nas lutas de redenção,
Nova fé, nova esperança
Ao templo do coração.
Do livro Preito de amor, obra
psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.