Enfim, é chegado o balancete!
Imaginem que a vida da gente, cada qual com a sua, seja
comparada a uma empresa. Toda empresa tem a sua
organização e administração própria e estratégia para se
chegar a um fim útil e lucrativo; em certos casos,
contentam-se com o empate entre as despesas e as
receitas, um salvador zero a zero.
Assim também somos nós administrando os nossos
pensamentos, a nossa maneira de agir e reagir nas
diversas situações conflituosas do cotidiano,
esforçando-nos a nos adequar às mudanças temporais,
comportamentais etc... na dinâmica do dia a dia.
Cada qual com o seu corpo físico dotado de elementos
químicos, sistema nervoso, musculatura, em suma, uma
máquina muito mais que potente, geralmente falando, uma
ferramenta eficaz para a execução dos trabalhos
necessários para atender ao processo evolutivo da
sociedade e, acima de tudo, à construção e
aperfeiçoamento do ser, através da busca da sua evolução
moral e espiritual. O “arado”, dito por Jesus em seu
Evangelho, que tem por objetivo preparar o terreno do
coração humano para receber a semente do reino de Deus.
(Vide: Lucas 9,62)
Pois bem! Chegamos ao ponto maior da nossa reflexão
neste humilde artigo.
Toda empresa tem as suas atividades durante o ano, com
abertura e fechamento de caixa diariamente; reuniões
para tomada de decisões; a busca de uma melhor prestação
de serviços; pesquisa de satisfação do cliente, se os
produtos fornecidos estão lhe agradando ou não;
colhimento de sugestões da clientela sobre o que poderia
ser feito para melhorar os seus produtos e ao
atendimento ao público; etc. e tal.
Também, dessa forma, deverá ocorrer com a nossa empresa
consciencial, a empresa da construção do ser como pessoa
humana e como espírito em evolução pela eternidade...
Pelo que precisamos estar, constantemente, promovendo
reformas em nossa intimidade, em nossa empresa interior,
através do empreendimento de esforços para domar as
nossas más inclinações, conforme nos ensina o capítulo
XVII, item 4, de O Evangelho segundo o Espiritismo, para
que possamos transformar os nossos vícios morais em
virtudes, na escalada abençoada das bem-aventuranças,
permitindo em nós o acolhimento das sementes da
humildade, da caridade, da misericórdia, da pureza de
coração, da mansidão, da pacificação etc...
A título de exemplo, recorramos à orientação de Santo de
Agostinho em O Livro dos Espíritos, num trecho da
questão 919 a), para que possamos ter uma melhor
compreensão para a confecção do nosso balancete
consciencial, na prática, assim vejamos!
Fazei o que eu fazia, quando vivi na Terra: ao fim do
dia, interrogava a minha consciência, passava revista ao
que fizera e perguntava a mim mesmo se não faltara a
algum dever, se ninguém tivera motivo para de mim se
queixar. Foi assim que cheguei a me conhecer e a ver o
que em mim precisa de reforma...
Diante do exposto, possamos pensar e refletir sobre os
trabalhos que realizamos durante o ano que se encerrou;
se alcançaram o objetivo da caridade, conforme a
entendia Jesus (Livro dos Espíritos, 886); se fomos e
agimos com benevolência para com todos; se fomos e
agimos com indulgência para as imperfeições dos outros;
e se perdoamos as ofensas, tornando mais leve o
relacionamento consigo mesmo e com o próximo.
Para encerrar, recebam os meus votos de um 2024
espiritualmente promissor para cada um de nós!