Nem todos
serão curados da forma
que gostariam
Curiosamente muitas
pessoas vêm percebendo
que os tratamentos
espirituais nem sempre
atendem em particular às
suas solicitações
realizadas em preces.
Amenizam os sintomas das
enfermidades, porém não
levam ao desaparecimento
das doenças físicas ou
psicossomáticas.
Em momento algum a
espiritualidade deixa
uma prece sem resposta,
mas devido a essa
peculiaridade, passamos
a estudar nas obras
doutrinárias o porquê
dessa percepção.
Observando algumas
passagens d’ O
Evangelho Segundo o
Espiritismo e do
livro Nos Domínios da
Mediunidade, de
André Luiz, encontramos
referências que
comprovam que todos
recebem ajuda de acordo
com as suas obras e
conforme as suas
verdadeiras
necessidades.
Podemos não receber a
solicitação que fizemos
em prece, pois
representaria a
suspensão da prova ou
expiação da atual
encarnação, que
solicitamos, mas isso
não quer dizer que não
recebamos algum tipo de
ajuda.
A espiritualidade vai
nos socorrer em outro
aspecto necessário para
levarmos adiante a nossa
programação
reencarnatória, de
maneira a termos
equilíbrio necessário
para conduzir nossas
vidas da melhor forma
possível. Em outras
palavras: fazemos uma
solicitação para receber
uma ajuda para um
problema de saúde,
enquanto na verdade os
benfeitores espirituais
percebem que a ajuda de
que realmente precisamos
deve ocorrer de uma
outra forma, em um outro
plano.
Conta-nos Chico Xavier
que em uma visita a José
Arigó em Congonhas, no
final dos anos 60, o Dr.
Fritz, espírito que
realizava operações de
cura pela mediunidade de
Arigó, lhe disse que, se
Chico desejasse, ele
poderia operar a vista
que lhe causava
problemas havia vários
anos e poderia ter uma
melhora significativa,
devido à cirurgia
espiritual realizada por
Arigó. Chico pensou e
respondeu o seguinte: Diga
ao Dr. Fritz que eu
gostaria muito, mas
infelizmente não é o que
eu preciso.
Chico sabia que a doença
era o caminho para a
cura espiritual de algo
em que ele havia se
comprometido em antigas
encarnações e agora
deveria reparar na atual
existência. Caso não
desse um testemunho de
resignação, estaria
transferindo a reparação
para uma situação
futura.
Não há âmbito de
desenvolvimento do
espírito que possa ser
percorrido sem ampliação
do conhecimento,
secundado pela sua
equivalente realização
prática. O exercício, a
prática, a realização
das obras que o
conhecimento preconiza,
são os que o consagram,
consolidam suas
conquistas, abrem lhe
caminho para novas
aquisições, novas
reformulações, os que
estabelecem mútuo
revigoramento, que a
todos faz crescer.
Permanecer adstrito às
aquisições de
conhecimentos, sem a
correspondente
realização de obras, é
dirigir-se para a
inutilidade, afastar-se
da realidade,
adentrar-se nos domínios
da fantasia; é construir
falsos valores para a
possibilidade de se
melhorar. (1)
O conhecimento da
verdade nos leva a agir
de forma a modificar o
curso da nossa
existência. Seremos
responsáveis em saber da
verdade e nada fazer
para nos modificarmos.
Não tenham dúvida que
cada um dá o que tem,
porém em uma sociedade
informatizada,
globalizada, com tantos
recursos médicos e
terapêuticos, temos pelo
menos a obrigação de
tentar-nos modificar
para melhor.
Para os benfeitores
espirituais, como
Emmanuel, a
transformação moral do
indivíduo é um processo
que pode ser lento,
porém se houver desejo
de se melhorar, é
possível uma
capacitação, através do
estudo e prática do
conhecimento, dando-se
um testemunho de boa
vontade ao seu
semelhante. Dessa forma,
Emmanuel nos deixa uma
reflexão em um livro
psicografado por Chico
Xavier direcionado a
todos os frequentadores,
trabalhadores e médiuns,
quando escreve:
Há quem despreze a luta,
mergulhando em nociva
impassibilidade, ante os
combates que se travam
no seio de todas as
coletividades humanas; a
indiferença anula na
alma as suas
possibilidades de
progresso e oblitera os
seus germens de
perfeição, constituindo
um dos piores estados
psíquicos, porque,
roubando à
individualidade o
entusiasmo do ideal pela
vida, a obriga ao
estacionamento e à
esterilidade,
prejudiciais em todos os
aspectos à sua carreira
evolutiva. (2)
Quando Emmanuel fala em
luta, se refere à
superação das limitações
e dificuldades, embora
temos que reconhecer
que, devido à grande
diversidade e
heterogeneidade da nossa
sociedade, esse processo
é bastante particular.
Nem todos têm condições
de promover as mudanças
que gostariam no tempo
de que dispõem. Certas
mudanças não passam pela
via da simples lógica;
paralela à busca pelo
autoconhecimento, existe
a necessidade da
moralização do espírito,
para que esse
conhecimento faça
sentido e ocorra uma
superação.
Vários são os médiuns
que se destacaram em
realizar um trabalho
para ajudar em
tratamentos de
transtornos emocionais e
doenças pré-existentes
do espírito. Entre eles
destacamos Suely Caldas
quando em uma das suas
obras, refletindo Jung,
organizou o pensamento
escrevendo:
Nas perturbações mentais
"o que, na verdade,
acontece é uma irrupção
anormal da atividade
regular inconsciente
para a consciência,
perturbando assim um
ajustamento do indivíduo
ao meio." (3)
Suely Caldas ao longo da
sua encarnação procurou
estudar os problemas que
envolvem as doenças
psíquicas, suas
possíveis origens e os
fatores que favorecem
processos obsessivos,
arrastando-se por mais
de uma encarnação. Entre
as principais
orientações que suas
obras nos sugerem,
encontra-se a Reforma
Íntima e o exercício da
caridade como uma
profilaxia dos
pensamentos doentios de
que muitos indivíduos
são portadores.
Já nos dizia um sábio na
antiga Grécia: Conhece-te
a ti mesmo e conhecerás
o universo e os deuses.
(Sócrates)
Referências:
1) Curti,
Rino; Espiritismo e
Reforma Íntima; Cap.
XI – Discernimento para
a ação; Ed. LAKE.
2) Xavier,
Francisco Cândido: Emmanuel;
V - A Necessidade da
Experiência - O Momento
das Grandes Lutas; FEB.
3) Schubert,
Suely Caldas; Transtornos
Mentais; Cap.2 -
Definindo os
transtornos; FEB.
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