O Divino Mestre
“Portanto, se Davi o chama Senhor, como Ele é seu
filho?” (Mateus,
22:45.)
Todos os processos da existência física têm como
resultado, apuração - o despertamento moral, de vez que
o supremo objetivo da vida material é a revelação das
potências da alma. Por isso reencarnamos, para o nosso
melhoramento progressivo.
O Espírita encontra na fé – no Cristianismo Redivivo –
estímulos novos para viver com alegria, pois com ele, os
conceitos fundamentais da existência recebem sopros
poderosos de renovação.
Deus é equidade soberana, não castiga, mas o ser
consciente emite por si mesmo as sentenças de absolvição
ou culpa ante a Lei de Deus. Nossa conduta é o processo;
nossa consciência é o tribunal. Não nos esqueçamos de
que se a Doutrina Espírita amplia o entendimento da
vida, também expande a responsabilidade de cada um de
nós.
As raízes das grandes provas irrompem do passado,
subsolo da nossa existência e, na estrada da evolução
quem sai de uma vivência entra em outra, porque berço e
túmulo são, simultaneamente, entradas e saídas em planos
da Vida Eterna. Representando, assim, a culminância do
aprendizado que Jesus propõe à Humanidade, abrindo
caminho de luminosa verdade.
A história da Terra se prende a ascendentes espirituais
que remontam a aurora dos tempos conhecidos e
exercitados por nós, os antigos habitantes do Orbe.
O excelso Escultor com Sua legião de trabalhadores
divinos definiu como propósito linhas de progresso da
Humanidade futura, arquitetando a harmonia de todas as
forças físicas que presidem o ciclo das atividades
planetárias.
Através do regime de reciprocidade, a evolução se
processa no Cosmos em cadeias de cooperação e sugestões
da natureza coletiva. Se pudéssemos contemplar com os
próprios olhos as correntes de pensamentos,
reconheceríamos, de imediato, que todos vivemos em
regime de comunhão segundo os princípios de afinidade.
Assim também é na vida comum: as almas que se assemelham
entram em ressonância com as correntes mentais que
respiram. Deste modo, pensando, conversando ou
trabalhando, a força de nossas ideias, palavras e atos
alcançam, de momento, um potencial cada vez maior.
Potencial esse que tende a aumentar indefinidamente,
impondo-nos de volta as consequências de nossas próprias
iniciativas.
Procuremos incessantemente o bem, ajudando, aprendendo,
servindo, desculpando e amando, pois, nessa atitude
irradiaremos luz, resolvendo com segurança o nosso
problema de companhia.
Reconhecendo essa dinâmica de indução ao progresso e da
iluminação interior, mesmo que tenhamos tropeços e
viciações que tão somente terminam por confirmar o poder
inviolável do amor, tornam fácil a identificação de
Jesus, o Cristo de Deus, por máxima autoridade do nosso
Planeta.
Ele, Senhor de todas as possibilidades domina e estampa
no próprio Espírito Sua Sabedoria, refletindo através do
dia a dia com Seus ensinamentos, Ele nos guia e
harmoniza através de todos os processos aqui presentes.
As palavras de Jesus não passarão porque são verdadeiras
em todos os tempos. Seu código moral é eterno e consagra
as condições do bem e nos conduz ao destino imortal.
Tendo por missão transmitir aos homens (Humanidade) o
pensamento de Deus. Na Doutrina em toda a pureza pode-se
exprimir esse pensamento na renovação moral de cada um
de nós. Por isso Ele disse: “Toda planta que meu Pai
Celestial não plantou será arrancada.” (Mt,15:13.)
As experiências amadurecem os raciocínios depurando
impressões e sentimentos. Somente nessa base é que
poderemos denominar da abertura de campo mental, isto é,
quando os indivíduos serão capazes de enxergar e sorver
o conteúdo das revelações divinas e passarão, assim, a
atender e nutrir seus anseios de crescimento e floração
da Vida Eterna.
O homem se desenvolve por si mesmo, naturalmente, porém
nem todos progridem ao mesmo tempo e da mesma forma. É
então que os mais adiantados ajudam o seu próximo a
progredir. O progresso é o alvo a atingir, mas apenas o
alcançaremos passo a passo até o desenvolvimento do
senso moral.
Analisando os registros bíblicos sobre Davi, percebemos
nele um servidor na escala evolutiva e em bases
genealógicas, para que Jesus surgisse em cumprimento das
profecias e para a fixação de novos ciclos na Terra da
Era da Verdadeira moral, com o Evangelho de Amor – a Boa
Nova.
O Mestre não veio destruir a Lei – Ele veio cumpri-la,
desenvolvê-la, dar-lhe sentido, pois nessa Lei se
encontra o princípio dos deveres para com Deus, para com
o próximo e para conosco, constituindo, desse modo, a
base da Sua Doutrina.
Sua autoridade decorre da natureza excepcional de Seu
Espírito e de Sua divina missão.
Ele nos ensinou que a verdadeira vida não está sobre a
Terra, mas no Reino dos Céus. Ensinou-nos o caminho que
para lá nos conduz e os meios de nos reconciliar com
Deus e nos prevenir sobre a marcha das coisas futuras
para o cumprimento dos destinos da Humanidade.
Em verdade, o filho é sempre o resultado dos propósitos
que se efetivam no pai. Em termos morais e espirituais o
que detêm maior autoridade é o Senhor fecundando com Seu
poder os que renascem para a evolução. E que se dará tão
somente a partir da sincera abertura de coração, com boa
vontade e em humildade.
Desta forma, será possível não apenas vencer a si mesmo,
mas também, o orgulho e o egoísmo que restringem a
percepção real da vida e da felicidade interior.
O Espiritismo se tornará uma crença comum e marcará uma
nova Era na História da humanidade. É chegado o tempo em
que devemos tomar lugar nos conhecimentos humanos, no
entanto, haverá grandes lutas a sustentar mais contra os
interesses do que contra a convicção. As ideias se
transformam com o tempo e não rapidamente, elas se
enfraquecem de geração em geração e acabam por
desaparecer com os que as professam e que serão
substituídos por outros indivíduos imbuídos de novos
princípios.
Enquanto a pobreza de recursos materiais vive
independente para a amizade e para a fé, para a
confiança e para a compreensão, os detentores da fortuna
amoedada vivem quase sempre prisioneiros da suspeita e
da desilusão, nos tormentos da defensiva, como os ricos
de exigência, os ricos de cólera a se desvairarem nos
conflitos das trevas; os ricos da tristeza e do desânimo
recolhidos à inutilidade em que se acolhem.
Enriqueçamo-nos de amor e sirvamos sempre.
Saibamos buscar o pensamento divino atuante em todas as
formas da vida, trabalhando na construção do bem, mesmo
que os quadros da luta humana se nos mostrem manchados,
desacreditados pela sombra do mal.
Em todos os desfechos desagradáveis e em todas as
condições adversas da existência, acalmemo-nos e
aguardemos a intervenção da infinita Bondade. Disse
Jesus: “Mas o Pai que está em mim é quem faz as
obras” (Jo,14:10.)
O Criador está igualmente na criação.
Diante do nevoeiro não condenemos as trevas. Acendamos a
luz do serviço e esperemos por Deus.
Bibliografia:
KARDEC, Allan - O Livro dos Espíritos –
16ª edição – Editora FEESP – São Paulo / SP – questões
167, 779,780b e 798 -2015.
KARDEC, Allan - O Evangelho Segundo o
Espiritismo – 365ª edição – Editora IDE – Araras/SP
-capítulo 1 – itens 03 e 04 – 2009.
XAVIER, Francisco Candido – A Caminho
da Luz – 38ª edição - Editora FEB – Brasília/DF –
capítulo 1 – item: O Divino Escultor – 2013.