Provações dos entes queridos
Não temos pela
frente tão só as nossas dificuldades, mas igualmente as
dificuldades das pessoas queridas, pelas quais, muitas
vezes, sofremos muito mais que por nós próprios.
Forçoso, porém, anotar que, em nos interessando pelo
apoio aos entes queridos, nunca estamos a sós, porquanto
Deus, que no-los emprestou ao convívio, permanece
velando sem olvidá-los.
Nos dias de cinza e sombra da provação, doemos aos entes
amados o melhor de nossa ternura, mas evitemos
insuflar-lhes pessimismo ou desconfiança, ansiedade ou
inquietação.
Se nos pedem conselhos, não descambemos para sugestões
pessoais, e sim, ajudemo-los a buscar a Inspiração
Divina, através da prece, porque Deus lhes conhece as
necessidades e lhes traçará seguro roteiro ao
comportamento.
Se doentes, mais que justo lhes ministremos assistência
e carinho; todavia, empenhemo-nos em guiar-lhes o
pensamento para o otimismo, convencidos de que Deus lhes
resguarda a existência em cada batimento do coração.
Se empreendem mudanças em seu próprio caminho,
abstenhamo-nos de interferir nas decisões que assumam, e
sim, em vez disso, diligenciemos abençoar-lhes os planos
de renovação e melhoria, compreendendo que a Divina
Providência vigia sobre nós, orientando-nos os passos.
Se resvalam em duras provas, trabalhemos por aliviá-los
e libertá-los, que isso é dever nosso, mas sem
torturá-los com a nossa inconformidade e aflição, na
certeza de que Deus não está ausente do quinhão de lutas
regenerativas ou edificantes que nos cabem a todos, em
certas faixas de tempo.
Auxiliemos nossos entes queridos a serem autênticos,
como são e como devem ser perante a vida.
Indiscutivelmente, tanto quanto irrompem problemas em
nossa estrada, inúmeros outros problemas aparecem no
campo de ação daqueles que mais amamos; no entanto, a
fim de ampará-los com eficiência e segurança, atuemos em
favor deles, em bases de equilíbrio e de amor,
reconhecendo que não estamos sozinhos na empresa
socorrista, de vez que, muito antes de nós, Deus estava
e continua a estar no caso de cada um.
Do livro Alma e coração, obra
psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.
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