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por Wellington Balbo

 

Morreu o dirigente espírita. E agora?


Um tema que não sai de meu radar, estou sempre aventando-o, é o da sucessão das lideranças nos centros espíritas.

Por que eu penso muito nisto?

Por várias razões. Pode-se destacar, por exemplo, sempre as mesmas pessoas ocupando os cargos de diretoria, sem trocas, apenas mudanças. O presidente vai para vice, o vice à diretoria de patrimônio e este, por sua vez, assume a presidência.

Qual a razão?

Cada centro espírita, como célula singular, trará o seu motivo, contudo as instituições com que mantenho contato e visito presencial ou virtualmente têm-me dado algumas pistas a mostrar que há poucas pessoas disponíveis ou com vontade de ocupar cargos de direção.

O mundo moderno, cheio de suas exigências, já tem sido bem puxado para as pessoas, o que, de certo modo, as afasta de buscar mais responsabilidade, como, por exemplo, administrar um centro espírita.

E quais as consequências da não renovação das lideranças espíritas?

Uma das consequências é o fechamento do centro espírita no caso de morte das principais lideranças.

Vi muito isso acontecer.

Morre a principal liderança do centro espírita e a instituição fecha as portas.

Tenho uma sugestão:

Espinhosa, é verdade, pois sei que o espírita não gosta de falar em dinheiro, mas que pode, penso, ajudar as casas espíritas. Eis a sugestão: profissionalização da administração do centro espírita.

Profissionalização no sentido de profissional mesmo, pagar uma ou mais pessoas para administrarem o centro espírita e o deixarem em condições de prosseguir funcionando com ou sem a morte das lideranças.

As lideranças espíritas, neste caso, ficariam com a responsabilidade doutrinária, sendo a administração de toda a parte material, inclusive captação de recursos para a entidade, colocada nas mãos de profissionais que entendem do ramo e que não necessitam ser espíritas para realizar esse trabalho técnico, administrativo, jurídico etc.

Alguns podem dizer que as casas espíritas, com recursos minguados, não poderão arcar com salários de administradores profissionais. Ora, mas é para isto mesmo que esses profissionais estão sendo contratados, ou seja, repito, fazer a coisa acontecer do ponto de vista material, de modo que serão eles mesmos – os administradores contratados – os próprios responsáveis por gerar os recursos para seus pagamentos.

Entretanto, vale uma ressalva: os contratados devem ser profissionais mesmo e não o sobrinho da filha da amiga do presidente do centro que está desempregado e, por “caridade”, arrumam uma “boquinha” pra ele como administrador do centro.

Creio até que deixar a administração do centro espírita para profissionais pagos e não voluntários descansaria um pouco os já atarefados trabalhadores que, cansados, não dão conta das atividades administrativas e doutrinárias e, muitas vezes, por isso, deixam de lado o trabalho no centro espírita.

Ademais, com essa ideia do administrador para a parte burocrática da casa implantada, sobrará mais tempo para os dirigentes espíritas cuidar com maior zelo da parte doutrinária, esta, sim, a parte mais importante de todo o processo.


 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita