Discernimento
“Amados, não creiais a todo Espírito, mas provai se os
Espíritos são de Deus.” — João (1 João, 4.1.)
Busquemos discernir a luz para que a treva não nos
engane.
No âmbito de nossos postulados, é indispensável
estejamos alerta na execução dos deveres que o Senhor
nos confia, aprendendo e servindo ao sol do bem,
infatigavelmente, a fim de que as sombras da idolatria e
da leviandade não nos tomem o coração.
Abraçando na Doutrina Espírita o Evangelho restaurado, é
imperioso sejamos intérpretes de sua grandeza em
pensamento, palavra e ação, sem quaisquer
particularismos de ordem pessoal.
Nossa Doutrina redentora pode ser assim considerada à
feição do celeiro de valores espirituais de que se
aproveitam os trabalhadores da Boa Nova para estenderem
o consolo e a instrução, o socorro e a bênção.
Esses valores, funcionando como sementes de renovação e
progresso, podem e devem ser usados por amigos da
Espiritualidade e por batalhadores do campo humano nos
mais diversos lances da experiência.
Comunicar-se-á, desse modo, o tarefeiro desencarnado com
qualquer companheiro da Terra, qual o lavrador que,
decerto, muitas vezes despenderá mais atenção para com o
pântano ou para com a gleba insultada de espinhos, na
extensão da cultura que lhe compete realizar, à maneira
do próprio Cristo que afirmou não ter vindo ao caminho
da humanidade para curar os sãos.
Assim é que mensagens do Além ou pregações do mundo,
quando incompreendidas ou espoliadas em sua significação
natural e justa, não atingem o corpo de princípios
doutrinários que representam a fonte de nossa
regeneração e acrisolamento para a Vida Superior.
Todos nós, nas esferas de luta em que nos entrosamos,
somos criaturas necessitadas de aprimoramento e resgate,
laborando sob os impositivos da própria sublimação
diante da Lei.
Eis por que a nós todos é imprescindível o estudo
meditado e a prática sincera da Doutrina que esposamos
sob a égide do Mestre divino, cabendo-nos a obrigação de
escutar, com o necessário discernimento, a palavra dos
que falam em nome do Evangelho, provando no íntimo de
nós mesmos se procedem da inspiração do Senhor,
porquanto os Espíritos a que se refere o apontamento
apostólico tanto podem ser desencarnados quanto
encarnados, com residência temporária no Plano físico ou
no Espaço, na Terra ou no Céu.
Do livro Cartas do Alto, obra
psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.
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