Olhai os lírios
“… Considerai como crescem os lírios do campo…” —
Jesus (Mateus, 6.28.)
“Olhai os lírios do campo…” — exortou-nos Jesus.
A lição nos adverte contra as inquietações improdutivas,
sem compelir-nos à ociosidade.
Os lírios para se evidenciarem quais se revelam não se
afligem e nem ceifam; no entanto, esforçam-se com
paciência, desde a germinação, no próprio
desenvolvimento, abstendo-se de agitações pela conquista
de reservas desnecessárias com receio do futuro, por
acreditarem instintivamente nos suprimentos da vida.
Não fiam nem tecem para se mostrarem na formosura que os
caracteriza; todavia, não desdenham fazer o que podem, a
fim de cooperar no enriquecimento do esforço humano.
Não se preocupam em ser gerânios ou cravos e sim
aceitam-se na configuração e na essência de que se viram
formados, segundo os princípios da espécie.
Não cogitam de criticar as outras plantas que lhes
ocupam a vizinhança, deixando a cada uma o direito de
serem elas mesmas, nas atividades que lhes dizem
respeito à própria destinação.
Admitem calor e frio, vento e chuva, deles aproveitando
aquilo que lhes possam doar de útil, sem se queixarem
dos supostos excessos em que se exprimam.
Não indagam quanto à condição ou à posição daqueles a
quem consigam prestar serviço, seja acrescentando beleza
e perfume à Terra ou ornamentando festas e colaborando
no interesse das criaturas em valor de mercado.
E, sobretudo, desabrocham e servem, no lugar em que
foram situados pela Sabedoria Divina, através das forças
da natureza, ainda mesmo quando tragam as raízes
mergulhadas no pântano.
*
Evidentemente, nós, os Espíritos humanos, não somos
elementos do reino vegetal, mas podemos aprender com os
lírios serenidade e aceitação, paz e trabalho, com as
responsabilidades e privilégios do discernimento e da
razão que uma simples flor ainda não tem.
Do livro Aulas da Vida, obra
psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.
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