Tema: Ação e Reação
Como será meu futuro?
Lavínia estava conversando na sala com sua mãe Laura.
– Mamãe, eu tenho pensado bastante sobre isto: queria
muito saber como será meu futuro.
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– Por quê, querida? – perguntou a mãe.
– Eu fico ansiosa para saber o que vai acontecer comigo.
Acho que a gente já deveria nascer sabendo.
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Eu ficaria mais tranquila se soubesse o que me
espera de bom e poderia me preparar para o que
vai ser ruim – disse Lavínia. |
– Filha, mas acontecimentos não estão todos
determinados. Cada um de nós tem sua programação ao
reencarnar, mas todos temos o livre-arbítrio para agir.
Se estivesse tudo já determinado, nossas escolhas e
nossos esforços não seriam méritos nossos. Seríamos como
bonecos, representando uma história já escrita. No
entanto, é possível, sim, ter uma ideia de como será seu
futuro! – respondeu dona Laura.
– Como assim? – perguntou Lavínia, curiosa.
– Venha aqui, vou te mostrar – disse Laura,
encaminhando-se para a janela da sala.
Elas moravam no quarto andar de um edifício que ficava
em frente de uma praça e lá de cima, pelo vidro da
janela, elas conseguiam ver muitas coisas.
– Olhe, Lavínia, está vendo aquela moça sentada lá no
banco da praça? O que ela está fazendo?
– Ela está mexendo no celular com uma mão segurando uma
comida, num guardanapo. Parece que é um sanduíche.
– Agora olhe ali no gramado, quem vem lá? – perguntou a
mãe.
– Essa não! – exclamou Lavínia – é o Esperto! Se a moça
não parar logo de ver aquele celular e prestar atenção,
vai ficar sem seu lanche!
Esperto era um cachorro que tinha recebido esse apelido
da vizinhança, por ser muito ágil. Ele vivia farejando e
comendo tudo que encontrava. Não demorou muito para
acontecer o que Lavínia tinha previsto.
A moça, distraída, não percebeu que o cachorro se
aproximava. Esperto abocanhou o sanduíche e saiu
correndo, satisfeito.
– Olha só! Aconteceu mesmo o que a gente falou! – disse
a menina.
– Pois é! Agora vou fazer mais uma previsão: você vai
ganhar um presente ainda hoje. Uma coisa que foi feita
especialmente pra você!
A avó de Lavínia havia acabado de descer do ônibus. Ela
carregava sua bolsa e uma sacola, onde provavelmente
trazia a blusa que havia tricotado para a netinha.
– Oba! A vovó! – disse a menina olhando a senhora, que
já se aproximava do prédio.
Lavínia abraçou sua avó com alegria, quando ela entrou
no apartamento.
– Que surpresa boa, vovó! Pensei que a senhora viria
amanhã!
– Eu sei, querida, mas a previsão do tempo avisou que
amanhã deve chover o dia todo, então resolvi, de última
hora, vir hoje mesmo.
– Que coincidência, estávamos falando sobre previsões. A
Lavínia queria saber como será futuro dela – disse
Laura.
– Não precisa preocupar-se com o futuro, minha querida!
– disse a vovó. – Ele é a consequência do que fazemos
hoje. Então, é com o presente que a gente tem que se
ocupar. Se você continuar sendo estudiosa, responsável,
amável, educada, respeitosa, como tem sido, você vai ter
no futuro muitas pessoas que vão gostar de você, vai ser
também uma boa profissional e vai atrair muitas coisas
boas para sua vida.
– É isso mesmo que eu queria dizer para ela – disse
Laura. – Você entendeu, filha?
– Acho que sim! – disse Lavínia, mais tranquila.
Ela compreendeu que, se plantamos boas sementes hoje,
colheremos bons frutos amanhã.
– Que bom! – disse Laura, abraçando a filha.
Lavínia recebeu um abraço carinhoso também da vovó e se
sentiu bem mais confiante.
Com certeza ela teria muitas coisas boas em sua vida e
desafios também, que fazem parte do nosso aprendizado
espiritual. Mas o que ela podia fazer de melhor não era
tentar olhar para o futuro, mas cuidar bem do seu
presente.