Os apóstolos de Jesus e o trabalhador
voluntário espírita
“Amarás teu Deus acima de todas as coisas e o teu
próximo como a ti mesmo. Estes dois mandamentos contêm
toda a lei e os profetas.” (Mateus, 22:39)
Um dia despertou para algumas pessoas, e continua hoje
despertando no coração de muitas outras, a vontade de
ser um voluntário na nobre causa da Boa Nova, ou seja,
colaborar na construção de um mundo mais em acordo com
os ensinos do Mestre Jesus.
Seja como colaborador na obtenção de recursos materiais
para os necessitados, seja no ensino, na energização
usando o passe e, claro, na ajuda no tratamento
espiritual no departamento de desobsessão. Tudo isso
dentro de uma atividade de doação, particularmente
estamos falando da atividade espírita, pois estamos
contidos nela. Assim, entregar uma pequena parcela do
seu tempo para o maravilhoso ato de ajudar o próximo.
Poderia ser muita pretensão de nossa parte comparar os
voluntariados dos dias de hoje com a profunda dedicação
que ocorreu com os apóstolos de Jesus, mas podemos sim
aproximar algumas das características dos apóstolos com
as nossas vidas e relacionando-as com o trabalho
voluntário, pois vamos ver que todos nós temos erros e
acertos e não por isso deixamos de ser voluntários, e
mais ainda, tarefeiros da nova era que se apresenta.
Estudando a história, bem como os textos dos evangelhos,
podemos levantar algumas características e comparar
conosco:
- Pedro, impulsivo, agia sem pensar, mas no final se
transformou no “pescador de homens”. Quantos de nós não
agimos assim e muitas vezes nos perdemos, precisamos
refletir mais em nossas falas, pensamentos e ações.
- André, irmão de Pedro, uma pessoa discreta e simples,
gostava de apresentar pessoas a Jesus. Voluntário
importante na casa espírita que está determinado a
ajudar e não precisa e não quer aparecer.
- Tiago, o menor, servidor fiel a Jesus, muito tímido e
pouco se sabe dele, mas muito fiel ao Cristo.
Trabalhador voluntário que acordou para o verdadeiro
sentido da frase “trabalhar pela causa”.
- João, o discípulo amado, coração amoroso e
compassivo, sempre lembrado por Jesus como o discípulo
amado. Uma conquista a ser obtida por todo trabalhador
voluntário, pois todos temos desequilíbrios, mas também
amor no coração pela doutrina e pelas criaturas de Deus.
- Filipe, pragmático e muitas vezes cético. Ele é
lembrado por ter sua fé testada por Jesus. Kardec nos
ensina a sermos racionais, pés no chão, mas tendo o
cuidado de não perder a leveza da fé, perdão e amor.
- Natanael, conhecido por sua sinceridade, não
tinha medo de fazer perguntas difíceis e buscava
entender profundamente os ensinamentos de Jesus. Temos
os voluntários que buscam estudar, aprimorar-se e viver
profundamente o evangelho de Jesus a cada dia.
- Mateus, o cobrador de impostos, cuja disposição em
seguir Jesus mostra seu esforço para entender a mensagem
do Mestre. Muitos de nós corremos o risco de usar o
trabalho voluntário para proveitos próprios
questionáveis. Necessário analisar nossas rotinas, mudar
esse procedimento, pois precisamos de prudência,
equilíbrio e respeito à causa de Jesus.
- Tomé, o cético, ficou famoso por sua incredulidade
quanto à ressurreição de Jesus. Importante não nos
deixar levar por fantasias, mas sim buscar a verdade
ensinada por Jesus e que está escrito na nossa
consciência, mas muitos de nós não queremos enxergar.
Necessário ter os pés no chão e a mente na
espiritualidade.
- Tiago, o maior, muitas vezes inoportuno que,
juntamente com João, perguntou a Jesus se deveria orar
para que um povoado samaritano fosse destruído. Ele
ainda não tinha entendido o verdadeiro sentido dos
ensinos do Mestre. Humildade, paz, amor e tolerância são
as armas do verdadeiro voluntário. Paz interior para
poder externá-la, amor no coração para poder externá-lo,
nos perdoar para podermos perdoar o próximo.
- Tadeu, um homem de poucas palavras, mas muito
pouco sabemos dele, sua devoção a Jesus fala por si. Que
seja o seu falar “sim, sim e não, não”, ensina-nos
Jesus. Pensar, falar e agir dentro dos ensinos de Jesus
nos traz paz e felicidade sem limites.
- Simão, o zelote, pertencente a um grupo político que
buscava a independência judaica, ou seja, era visto como
um rebelde pelo império romano. Sua escolha de seguir
Jesus demonstra que as diferenças podem ser superadas
através do amor ao Senhor. Nossas diferenças que fazem
toda a beleza desse trabalho maravilhoso de voluntário.
A violência nas palavras, nos atos nos aproxima da
animalidade, assim paz no coração e dar a Cesar o que é
de Cesar e a Deus o que é de Deus.
- Judas Iscariotes, chamado de “traidor” de Jesus, pois
o entregou às autoridades. Foi ambicioso, perdendo o
controle de sua vida. Sua trágica história serve como
lembrete de como as escolhas podem ter consequências
profundas. Momento delicado na vida de alguns
voluntários. Precisamos, pois, orar muito,
desprender-nos dos interesses pequenos e fortalecer-nos
na fé ativa e no trabalho de construção interior.
Cada um desses discípulos tinha sua própria
personalidade e características únicas, como nós
voluntários também as temos. No entanto, todos eles
foram escolhidos a dedo pelo Mestre Jesus, sabendo de
suas falhas e dificuldades, pois confiava que no final
seu evangelho seria levado a todos os cantos possíveis
do planeta. Eles foram elementos de suma importância
para a divulgação do evangelho de Jesus. Nos dias de
hoje somos todos chamados para contribuir de uma forma
ou outra na divulgação e vivência dos ensinos do Mestre
Jesus.
Assim, sejamos nós voluntários interessados na
propagação do evangelho usando nossos pensamentos,
palavras e atos de forma edificante, para que possamos
ser exemplos na divulgação da Boa Nova.
Lembrar sempre que somos espíritos, somos únicos, cada
um de nós um ser amado por Deus, temos que nos libertar
das amarras com a vida material. Viver a vida, pois ela
nos foi emprestada para aprender, viver em toda
grandeza, mas jamais nos prender a ela. Esse é o desafio
de cada um de nós.
Observar as disputas, competições que a vida nos
apresenta e procurar viver dentro da paz, fraternidade,
aprendizado constante, pois estamos nesta vida para
sermos plenos como nos ensina Joanna de Ângelis.
No mundo de hoje, as pessoas querem ser melhores umas
mais que as outras, buscam-se valores puramente
materiais, efêmeros e imediatos, em tudo vivendo
disputas, seguindo o falado efeito manada. Resultado de
tudo isso é um vazio interior, uma vida sem propósitos
profundos gerando desequilíbrios e a busca de satisfação
imediata. Essa forma de ver a vida tem trazido a
humanidade como se apresenta hoje, ou seja, repleta de
sofrimentos, angústias e uma vida sem respostas.
Em face de tudo isso precisamos repensar as nossas
atuais formas de viver. Precisamos parar e meditar nas
palavras do Mestre Jesus e perceber se estamos agindo
adequadamente. Caridade, fé, amor, perdão, esperança,
trabalho árduo precisam ser a base de nossas vidas, pois
ser voluntario demanda desapego, amor e dedicação. Com a
vivência do Evangelho de Jesus, tudo fica mais claro e
entenderemos melhor os desafios da vida, e assim
vivenciaremos o reino de DEUS.
O trabalho voluntário pode ser difícil, mas é uma
compensadora oportunidade de mudar e evoluir. Trabalho
voluntário, seja onde for e como for, o importante que
seja com o objetivo nobre de ajudar o próximo.
Os apóstolos de Jesus, essas personalidades tão
diferentes, representam para todos nós o que é ser
voluntário. Diferentes personalidades, mas com
determinação no objetivo maior que é propagar a Boa Nova
e ajudar o próximo.
Sejamos nós seguidores, discípulos, apóstolos ou
tarefeiros de Jesus. Entendamos que na verdade o que
estamos realizando é a construção do Reino de Deus nos
nossos corações.
Tudo isso acaba sendo na verdade a nossa luta interior
para evoluir, ser melhor hoje do que éramos ontem,
refletindo em nossas vidas a mensagem de amor de Jesus,
para que possamos entregar-nos de corpo e alma nas
profundas verdades que Jesus nos ensinou e assim
enfrentar os desafios, como um voluntario firme e
persistente.
Procuremos entender que somos seres em evolução, em
busca de perfeição, paz interior, equilíbrio, amor e
conhecimento, pois na verdade como recomendou-nos o
Mestre Jesus: Sede perfeitos como perfeito é meu Pai
que está nos céus.