Podemos fazer muito mais
Um velho conhecido do movimento espírita é um
psiquiatra muito bem-sucedido, radicado em São
Paulo. Fez sua formação médica na Universidade
Federal de Juiz de fora - UFJF, e, durante todo
o curso de Medicina, participou ativamente do
movimento espírita: reunião de intercambio
mediúnico, grupo de estudos, palestras.
Recém-formado, enquanto aguardava o início da
residência médica, assumiu um plantão, nas
noites de sexta-feira, em uma clínica
psiquiátrica da cidade. Procurando dar uma
modesta contribuição na elevação do ambiente
espiritual da clínica, passou a realizar no
quarto dos médicos, às 22 h, um pequeno momento
de leitura edificante, breves comentários em voz
alta e uma prece. Apenas ele, sem a companhia
física de nenhuma outra pessoa. Ninguém tomou
conhecimento de sua iniciativa.
Passam-se os meses. Ele se encontrava na reunião
mediúnica habitual, quando uma entidade
incorporada em um dos médiuns, extremamente
agitada, volta-se para ele, em tom ameaçador e
diz:
- Até quando você vai continuar com aquelas
rezas idiotas? Já chega! Pare com isso, ou vai
se arrepender amargamente.
Ninguém entendeu nada, exceto ele, obviamente. O
dirigente do grupo passou a dialogar com a
entidade, procurando, inicialmente, compreender
o que estava acontecendo, até que tudo ficou
claro. Os bons Espíritos vinculados ao hospital
instalaram uma espécie de “alto-falante" em
todos os quartos, ligados a algo parecido com
uma "aparelhagem de som". Quando o jovem médico
fazia seus comentários e a prece, todos os
Espíritos que se encontravam provisoriamente no
hospital ouviam as preleções, e eram tocados por
suas palavras e pela oração. E isso estava
promovendo nesses Espíritos nova atitude mental,
desligando-os mentalmente dos enfermos que eram
prejudicados por eles.
Tal mudança estava incomodando as entidades que
detinham um certo poder no hospital, pois os
Espíritos, renovados espiritualmente, acabariam
por deixar o hospital em busca de novos e
saudáveis caminhos.
O fato ilustra uma condição que é, muitas vezes,
esquecida: o poder inerente a cada um de nós de
sermos úteis e fazermos o bem. Apesar de todas
as nossas limitações intelectuais e de todas as
nossas inclinações más, ainda assim podemos
contribuir no melhoramento da humanidade.
Algo aparentemente simples, como uma reflexão
breve e uma prece, um só dia na semana, na
intimidade de um quarto, com a presença de uma
só pessoa, estava gerando uma verdadeira
“revolução” naquele estabelecimento.
No livro Coragem, recebido pela
mediunidade de Chico Xavier, lemos o seguinte:
Os Espíritos Angélicos são realmente ministros
de Deus que brilham nos Céus e fazem prodígios,
executando tarefas gloriosas. Não olvides,
porém, que, a despeito de tuas falhas e
imperfeições, em te confrontando com eles, junto
de nossos irmãos da Terra, se quiseres servir,
podes fazer muito mais.