Reencontro
Ouço o choro do lar, no adeus, enquanto fito
O jasmineiro em flor que me acena à janela…
E além, no mais além, a noite clara e bela
Recamando de prata os orbes do Infinito…
Pressinto a morte, o fim… Mas, debalde, me excito.
O corpo desatende e, aos poucos, se enregela;
Sofro, no extremo instante, a indômita procela
De anseio, sombra e dor no peito inerme e aflito.
Ergo-me. Torno à luz. E encontro, às despedidas,
Antigas afeições que supunha esquecidas…
E pensava, por fim, nem de leve entrevê-las!…
O amor transpõe o abismo, a vida se renova.
E parto jubiloso, ao término da prova,
Em busca de outro lar na floresta de estrelas.
Do livro Cartas do Alto, obra
psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.