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por Sidney Fernandes

 

Neurônios-espelho


Para termos um mundo novo, precisaremos de um homem novo.


À primeira vista, estas palavras proferidas por Herculano Pires poderão parecer, ao pragmático leitor, ensaio filosófico, de teor teórico e de pouca aplicabilidade.

Necessário considerar uma das descobertas mais importantes da neurociência na última década: o neurônio-espelho. Ele está ligado à visão e ao movimento e permite o aprendizado por imitação, pois é acionado quando se torna necessário observar ou reproduzir o comportamento de seres da mesma espécie. Acredita-se que ele seja a base das habilidades sociais dos primatas.

Segundo o jovem neurocientista Stevens Rehen, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, chamado carinhosamente pelos colegas de Bitty, considerado um dos brasileiros mais influentes, que está moldando positivamente o futuro do país, um neurônio-espelho pode ser usado para analisar cenas ou intenções de outros indivíduos.

O estudo das propriedades dessas células tem ajudado a entender a origem de alguns distúrbios neurológicos. O autismo, por exemplo, poderia resultar de disfunções dos neurônios-espelho.

Referindo-se aos neurônios- espelho, o pesquisador e palestrante internacional, nascido na Califórnia, Estados Unidos, Doutor Joe Dispenza, acaba de corroborar o pensamento universal do professor Herculano, ao afirmar:

Para defender a justiça e a paz, você tem primeiro que encontrar a paz dentro de si. Depois deve demonstrar paz aos outros, o que significa que não pode defender a paz ou estar em paz enquanto estiver em guerra com o vizinho, odiando o colega de trabalho ou julgando seu chefe.

Ensina Dispenza que, graças aos neurônios-espelho (uma classe especial de células cerebrais acionadas quando vemos alguém executar uma ação), somos biologicamente programados para imitar o comportamento uns dos outros.

Como influenciar os outros e o mundo? Dependeremos de um líder ou um messias com a consciência maior para nos mostrar o caminho? Não necessariamente. Detemos excepcionais capacidades de transformação e podemos ser o modelo de que o mundo necessita para iniciar uma verdadeira revolução de conceitos.

Lembremo-nos desta frase atribuída a Confúcio, pensador e filósofo chinês: — A palavra convence, o exemplo arrasta.

Não esperemos pela dor, para nos abalançarmos a nos tornar o homem novo, que dará início à construção do mundo novo. Inspiremo-nos nos semeadores do bem, devotados aos trabalhos idealistas, e tornemo-nos mais um espírito ligado ao trabalho do bem para a humanidade. Que os nossos neurônios-espelho sejam matrizes do bem, a serem imitadas pelo comportamento dos que conosco convivem. Podemos e devemos influenciar positivamente o mundo que nos cerca.


 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita