Algumas pessoas são espíritas sem o
saberem?
A resposta é sim. Há, segundo Kardec, muitos espíritas
de fato, sem, contudo, tomarem para si o título de
espíritas.
Estes, os espíritas sem o saberem, estão, aliás, em
todos os meios sociais, inclusive nas diversas
religiões.
Portanto, há católicos e protestantes que são espíritas,
como há mulçumanos e adeptos de outras religiões que
também são espíritas. Embora possam abraçar apenas em
partes o que ensina o Espiritismo não deixam, conforme
Kardec, de sê-los.
O ponto de existir membros de outras religiões que
também são espíritas pode causar estranheza ao
observador que considera o Espiritismo uma religião.
Este observador pensará:
Como pode o indivíduo abraçar duas crenças tão
distintas, tais como Espiritismo e Catolicismo?
Há, porém, neste raciocínio dois equívocos básicos:
1 - O Espiritismo não é tão diferente assim de outras
religiões, pois traz, em sua essência, os mesmos
dispositivos filosóficos que as outras crenças. O que
ocorre em questão é que o Espiritismo avança o sinal e
aprofunda-se na ideia da alma e sua relação com o mundo
material e espiritual. Resumindo: progride justamente no
campo em que as religiões dizem: "Daqui eu não passo".
2 - A ideia de Kardec não foi transformar o Espiritismo
numa religião oficial. Longe disso, estabelecer mais uma
religião seria colocar um muro, algo que separasse as
pessoas do Espiritismo e que as fizessem escolher entre
uma coisa ou outra. O pensamento de Kardec sempre foi o
de unir, jamais dividir, ainda mais em se tratando
daqueles que estão próximos pelo simples fato de serem
espiritualistas. Por que afastar pessoas que convergem
no essencial de suas ideias?
Então, eis que para a tese de Kardec, e isto é claro em
sua obra, pode-se haver espíritas nas mais diversas e
diferentes religiões.
Estes são os espíritas sem o saberem, ou sem querer
confessá-lo.